Crítica: Pantera Negra

Representatividade e Politica na Marvel

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Primeiro lançamento do universo cinematográfico da Marvel este ano, Pantera Negra chega abrindo com chave de ouro as estreias da empresa. Indo muito além dos dilemas comuns de filmes de super-heróis, o longa surpreende com seu foco em representatividade e questões políticas.

Continuação direta da participação do herói em Capitão América: Guerra Civil, Pantera Negra transporta o público para a bela Wakanda, a nação mais tecnologicamente desenvolvida do planeta. Graças à enorme quantidade de vibranium disponível, a tecnologia vai de naves e trajes mirabolantes até recursos avançados na área de saúde. Por isso, o povo de Wakanda vive em harmonia e sem passar por dificuldades.

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Pantera Negra | Imagem: The Walt Disney Company

É isso que resulta na grande questão política da trama. Enquanto os habitantes dessa nação estão bem, as vizinhas estão passando dificuldades e uma divisão de recursos poderia resolver o problema de todos. Por outro lado, o povo de Wakanda poderia ficar em perigo caso a informação do vibranium se torne pública, e a qualidade de vida da população iria decair.

Esse é um dos dilemas que T’challa (Chadwick Boseman) precisa lidar enquanto encara os desafios de assumir o trono de rei após a morte de seu pai T’Chaka (John Kani). A discussão social é muito bem apresentada através de simples conversas, que expõem igualmente os dois pontos de vista, geralmente protagonizadas por T’Challa e Nakia (Lupita Nyong’o), que tem como missão ajudar esses povos necessitados.

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T’Challa e Nakia em Pantera Negra | Imagem: The Walt Disney Company

Muito foi dito sobre a representatividade do filme, que já se destacou por ter um elenco principal formado inteiro por negros, entretanto, há muito mais sendo representado em Pantera Negra. As fortes mulheres de Wakanda se destacam no longa. O roteiro não poupa esforços ao mostrar constantemente que sem o apoio, força e inteligência dessas mulheres, a poderosa nação não seria nada. Outro mérito da produção é equilíbrio entre as tradições africanas e a tecnologia. Há varias referências aos costumes durante a trama, que vão de rituais e vestuários até as línguas faladas. Isso tudo com uma trilha sonora balanceada, que mescla batidas africanas com ritmos mais pesados conforme a necessidade de cada cena.

Mas o grande trunfo de Pantera Negra está na construção do vilão. Com motivações completamente justificáveis, Erik Killmonger (Michael B.Jordan) rapidamente se torna um dos melhores vilões do Universo Cinematográfico da Marvel. O ator reforça seu talento nesse papel, que de fato consegue expor seu lado ao público, entregando até mesmo alguns momentos tocantes que chegam a dar alguma razão às suas ações- mesmo que sejam extremas.

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Michael B. Jordan em Pantera Negra | Imagem: The Walt Disney Company

Pantera Negra consegue se destacar entre os filmes da Marvel. Tratando de questões relevantes, com personagens extremamente bem construídos e sem deixar de lado a ação que o público deseja ver nesses filmes, a produção é um perfeito equilíbrio entre roteiro, visual e empolgação.

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