Dia 14 de outubro estreia no SYFY o filme original The Sandman, com roteiro e direção de Peter Sullivan e produção de Stan Lee. O Thunder Wave conversou com Peter Sullivan, que comentou sobre sua inspirações e as metáforas presentes na produção.
Confira a entrevista traduzida abaixo:
The Sandman é focado em uma criança especial que inconscientemente acaba controlando um monstro. A história acaba servindo como metáfora para a influência do medo no comportamento humano. Essa metáfora foi intencional? Como surgiu essa ideia?
Peter Sullivan: A metáfora foi definitivamente intencional. Eu queria criar um vilão, um boogeyman (conhecido no Brasil como Bicho-Papão), se quiser, que era tanto uma ameaça interna quanto externa. Já fiz a dinâmica do “filho malvado” antes, e pensei que seria interessante ter um personagem jovem com um poder sombrio que não seja malévolo, mas simplesmente incapaz de controlá-lo. Ela está assombrada por suas próprias habilidades sobrenaturais.
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O filme se concentra em uma única família e, portanto, usa pouco elenco. Isso ajuda o espectador a se conectar com os personagens e com isso o filme fica mais intenso. É mais fácil ou mais complicado trabalhar dessa maneira mais íntima?
Peter Sullivan: Inicialmente, o conceito era muito mais amplo. Depois de pesquisar um grande número de boogeymen e folktales de várias culturas, eu encontrei o Sandman. Embora tradicionalmente benevolente, havia algo muito desagradável sobre um estranho que entra no seu quarto à noite e controla seus sonhos. Mas ao invés de fazer uma direção geral no estilo Freddy Krueger, aterrorizando uma cidade inteira ou um grupo de crianças, que era a ideia original, pensei que seria mais forte mantê-lo contido em um personagem, Madison (Shae Smolik), e explore como ela lida com isso.
A dinâmica familiar não convencional que você vê no filme também evoluiu em vários rascunhos. O personagem de Claire (Haylie Duff), a figura da mãe, passou de ser uma mãe suburbana para ser alguém que absolutamente não deveria cuidar de uma criança, especialmente não uma que vem com a monstruosa bagagem como Madison. Para mim, isso fez a história, e seu arco, muito mais interessante. Na minha opinião, essa complicação adicional torna as coisas mais gratificantes para o público.

The Sandman é uma produção de horror, mas não investe em cenas assustadoras e este é um ótimo diferencial para o filme. Essa escolha foi deliberada ou a trama levou a isso?
Peter Sullivan: Tendo escrito uma série de filmes desse gênero, eu sempre acreditei que os bons funcionariam apesar do seu elemento de horror. Precisa haver algo de interessante que possa sustentar-se, mesmo sem a criatura, e neste caso, é a relação entre a mãe e a filha. Há um grande drama lá, e parabéns para Haylie e Shae por transmiti-lo.
No mesmo espírito de manter as coisas frescas e diferentes, achei que, ao desenvolver a história sobre essa garota com um poder obscuro e incontrolável, era realmente mais um híbrido de terror/quadrinhos e abracei isso para fazer o filme diferente. O que aconteceria se um dos X-Men tivesse um poder que NÃO fosse um instrumento para fazer o bem?