Pico da Neblina | 2ª temporada cresce os conflitos pessoais e muda a maneira como os empreendimentos são vistos

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Estreando dia 3 de julho na HBO Max, a segunda temporada de Pico da Neblina chega colocando a discussão da legalização da maconha de volta em pauta. Entretanto, como os próprios atores ressaltam em coletiva de imprensa, a série vai muito além das questões que giram em torno da legalização da droga, se aprofunda nas relações pessoais e o novo ano explora ainda mais esse elemento.

O roteirista Rodrigo Batista revela que nessa temporada o cuidado foi aumentar as camadas exploradas dos personagens que não foram muito explorados na temporada anterior, aumentando os arcos dramáticos de cada um deles.

E isso fica muito evidente nos primeiros episódios. O protagonista Luiz Navarro reforça essa visão, comentando que “a parte mais legal é a série ser sobre um negro que tem família, essa questão tá muito clara na série, a maconha é um plano de fundo, o verdadeiro foco são os dramas famíliares”.

Quico Meirelles complementa falando que “não ser planfetário é uma qualidade da obra, abordar a maconha sem abertamente tentar ensinar sobre uso ou não de drogas, acaba atingindo mais organicamente o povo, que se envolve no drama dos personagens”.

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Pico da Neblina 2ª temporada/ Imagem: HBO Max

A nova temporada traz novos desafios, tanto nas telas quanto fora delas. Com as gravações sendo realizadas durante a pandemia, algumas dificuldades foram encontras. A diretora Ale Pellegrino confidenciou que entrou para a equipe nessa temporada e foi muito bem recebida pela produção. Ela comenta que a grande diferença em relação ás outras gravações está nos ensaios, dessa vez realizados online e se tornando um caminho diferente de trabalhar, igualmente funcional por permitir a conversa inicial antes da gravação, mas diferencia muito de antigamente.

Rodrigo Pesavento, também diretor, diz que “pegou a transição da quarentena para o convivio pessoal novamente. Inicialmente foram encontros online, passando para as filmagens seguindo todos os protocolos da pandemia. Realizamos teste a cada 3 dias, usamos máscara, respeitamos o distanciamento e usamos pulseira de identificação de quem pode entrar em cada parte do set”. Ele também divide uma curiosidade sobre os cigarros fumados na série, que desta vez ao invés de passar de boca em boca, tinha que ter um trabalho escondido da produção para trocar cada cigarro antes do próximo ator colocar na boca.

Pico da Neblina lida com tabus. Usando um cenário que mostra a maconha legalizada, há muito preconceito rolando na maneira como a série é vista. Sobre a legalização da maconha, Henrique Santana tem uma fala interessante, comentando que “a maconha já é legalizada no Brasil pelas classes com grande poder financeiro, com mais de 3 digítos na conta, pois não vão presos e não tem consequências. O que a série traz como utopico é o acesso para outras classes empreenderem com esse produto de maneiras diferentes, o acesso dessas novas pessoas, a possibilidade de mulheres pretas abrir uma loja de cosméticos de maconha sem represária, famílias pretas trabalhando com isso na cozinha sem represárias”.

Leilah Moreno complementa dizendo que “quando publiquei sobre minha participação na série, algumas pessoas questionaram sobre o assunto da maconha, pesando o imoral. Quando a série foi lançada, tudo que falaram foi sobre o drama de cada personagem e seus conflitos, a identificação com os acontecimentos e perderam muito dos preconceitos sobre o assunto”.

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Luiz Navarro como Biriba na 2ª temporada de Pico da Neblina/ Imagem: HBO max

A trama da 2 temporada traz novos rumos para a vida dos persoangens. Questionados sobre o maior aprendizado que tiraram desse novo ano, tanto para a vida pessoal quanto a vida profissional, Navarro brinca “plantar maconha”.

Henrique Santana revela “aprendi que há sempre alguém tentando monopolizar algo que seria de bem comum. Nesse caso, a maconha, poder e poder social. A série deixou isso cada vez mais claro”. Já Leiah Moreno comenta que teve “um aprendizado muito grande com a equipe e como trabalhar com a O2, o cuidado deles é muito grande em trabalhar com pessoas que eles se identifiquem. A equipe cuida de ter, por exemplo, uma moça negra para cuidar do cabelo da moça negra. Não tinha percebido essa diferença, de trabalhar com pessoas que vieram de onde vim, esse convivio agregou demais e me senti em casa, em família por isso”.

Para Navarro, o crescimento foi mais na área profissional. O ator comenta que nessa temporada teve a oportunidade de ser consultor de roteiro e revela que “isso ajudou demais na atuação. Ver o trabalho de roteiro desde o inicio ajudou a entrar nesse mundo, mal precisava decorrar falas, já que tinha uma compreensão diferente de cada cena”.

Daniel Furlan encerra falando sobre previlégio, para o interprete de Vini, ‘o personagem é importante para fazer esse contraste de como as coisas são facéis para ele e ele não tem nem noção de como para ele isso é normal. Só em contraste com o Biriba percebe essas dificuldades”.

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