Desde que a Netflix anunciou que produziria uma série baseada na bruxinha Sabrina, os fãs que cresceram assistindo a série clássica dos anos 90, se animaram com a notícia. Só que ao invés de um remake, a plataforma de streaming resolveu trazer um reboot, algo original. É como se dessa vez, a “verdadeira” Sabrina ganhasse uma adaptação para a TV mais fiel à sua origem.
Para quem não sabe, O Mundo Sombrio de Sabrina (The Chilling Adventures of Sabrina) iniciou-se através das HQs da Archie Comics, o mesmo selo que lançou Riverdale. Aliás, sobre isso, há uma similaridade visual com a série citada acima, em praticamente tudo. É como se os acontecimentos de Sabrina fossem também ambientados no seriado em questão. O que não é prejudicial a quem assiste a trama, que possui a mesma equipe de produtores de Riverdale.
Tamanha familiaridade que até os nomes das cidades, são parecidas. Enquanto Sabrina reside em Greendale, Riverdale intitula a série. Um outro ponto interessante a ser abordado, é que em nada podemos comparar, a Sabrina atual com aquela do sitcom dos anos 90. Melissa Joan Hart interpretou brilhantemente a personagem durante sete temporadas de Sabrina, a Aprendiz de Feiticeira (1996-2003), sem contar os filmes que também protagonizou na pele da bruxinha.
No final dos anos 90, Sabrina retorna para a TV em formato de animação. Com apenas uma única temporada de 65 episódios, A Bruxinha Sabrina estreava para a alegria dos fãs. E tudo estava lá novamente: as tias, a cidade de Greendale, o gato Salém. E tudo estará no reboot da Netflix, só que diferente, bem diferente do que estávamos habituados a assistir. O que a meu ver, não desmerece nenhum pouco a produção.
No primeiro episódio, com um hora de duração, somos apresentados a protagonista. Sabrina Spellman (Kierman Shipka) é uma adolescente que aparenta ter uma vida normal. Tem amigos, estuda, namora o Harvey Kinkle (Ross Lynch) e tenta conciliar sua vida humana com sua vida bruxa. Ela reside numa espécie de mausoléu com suas duas tias, as também bruxas, Hilda (Lucy Davis) e Zelda (Miranda Otto) e seu primo Ambrose (Chance Perdomo).
A graça nisso tudo está quando Sabrina terá de enfrentar as forças do mal para salvar sua família, seus amigos e a luz do dia e os humanos que nela habitam. Já no primeiro episódio, vemos uma Sabrina protetora, dona de si e que luta por justiça. O feminismo está estampado quando a protagonista defende uma amiga de um caso de assédio e o diretor da escola, apático da situação, nada faz para resolver o problema e punir os responsáveis. É justamente essa amiga, Susie Putnam (Lachlan Watson), que terá a responsabilidade de mostrar algumas questões LGBTQs e de bullying que serão abordadas na trama.

A série já começa com cenas fortes e diálogos pesados. Se você não se incomoda com produções que abordem temas sobrenaturais de formas nua e crua, você provavelmente gostará do seriado. Feitiços e encantamentos são falados em latim. A cor é “morta”, triste. Mostra o pesado, o obscuro, o oculto, mesmo em cenas diurnas. Necromancia, muito sangue, citações e invocações a espíritos das trevas, estarão presentes no seriado, incluindo, a personificação do próprio “tinhoso”.
A abertura da série é bem diferente, é em formato de cartoons. Por ela, é possível ver o que o seriado abordará – não necessariamente dando um spoiler do que cada episódio ou a série inteira, exibirá. Trata-se mais de uma apanhado geral do programa -. Sua estética é similar aos quadrinhos originais de Sabrina. Teremos Salém, que na série atual, é apresentado como um familiar, uma espécie de guardião que cada bruxo ou bruxa possui.
Em suma, a série promete ser bem promissora para os amantes de produções sobrenaturais. Quem for assistir achando que reviverá toda sua infância e/ou adolescência dos anos 90, pode achar a série diferente e bem dark, o que na verdade, é a essência da bruxinha adolescente protagonizando série para adultos.
O Mundo Sombrio de Sabrina terá sua estreia mundial no próximo dia 26 de Outubro, no catálogo da Netflix.