Assassinato no Expresso do Oriente | Muito mais do que um livro e filme! Baseado em fatos

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O detetive Hercule Poirot (Kenneth Branagh) embarca de última hora no trem Expresso do Oriente, graças à amizade que possui com Bouc (Tom Bateman), que coordena a viagem. Já a bordo, ele conhece os demais passageiros e resiste à insistente aproximação de Edward Ratchett (Johnny Depp), que deseja contratá-lo para ser seu segurança particular. Na noite seguinte, Ratchett é morto em seu vagão. Com a viagem momentaneamente interrompida devido a uma nevasca que fez com que o trem descarrilhasse, Bouc convence Poirot para que use suas habilidades dedutivas de forma a desvendar o crime cometido.
Este é um dos principais livros de Agatha Christie. Uma das principais escritoras de romances de mistérios. E para aqueles que gostam de um bom enigma, que leram o livro, ou apenas assistiram ao clássico de 1974 com Sean Connery e grande elenco, devem ter percebido semelhanças na história e um acontecimento trágico na história americana.
Tanto a trama que envolve o assassinato de Daisy Armstrong e o Expresso do Oriente, realmente aconteceram. O segundo e mais fácil, envolve a própria autora. Ela era fã do Expresso e em uma viagem em meados de 1931, o trem foi obrigado a parar devido a  uma inundação. Em uma carta para seu segundo marido, Max Mallowan, ela escreveu: “Meu querido, que viagem! Começou em Istambul uma violenta tempestade de trovões. Nós fomos muito lentamente durante a noite e cerca de 3 a.m. paramos completamente.”

Já a história de Daisy, não foi uma aventura tão emocionante. Agatha se baseou no sequestro do bebê do filho do famoso aviador Charles Lindbergh. No dia primeiro de março de 1932, o bebê com apenas 20 meses foi retirado de seu berço e no local deixado um bilhete pedindo um resgate. O mesmo foi pago, mas infelizmente a criança foi encontrada assassinada. Esta é uma história longa que movimentou todos os EUA e logo após sua conclusão, resultou na chamada “Lei Lindbergh”, que tornava o transporte de uma vítima raptada em um crime federal.
Portanto, esse não é um simples livro ou uma adaptação. Está além de linhas de um romance bem escrito e um roteiro muito bem elaborado.
O filme
Esta adaptação teve seus momentos de gozação devido ao trailer. Gerou uma certa estranheza por seus personagens serem um tanto cartunescos e a apresentação lembrar em muito os “escritos explicativos” que acontecem na série Sherlock da BBC. Além disso, parecia uma mistura com o Detetive, jogo de mesa clássico da Estrela.
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Só que ao sentar e conferir o filme, as surpresas foram totalmente positivas! O filme dirigido por Kenneth Branagh é uma homenagem não apenas a escritora, mas a toda uma franquia com clássicos detetives e suas formidáveis deduções. Desde seus modismos e esquisitices, que hoje são chamados de alguma tipo de distúrbio mental (não tenho ideia porquê), a personagens bem criados e seus motivos para se cometer um crime. Não deixando passar por uma fotografia bem feita que te faz mergulhar sem nenhum problema na trama.
O filme é estrelado por Kenneth Branagh, Tom Bateman, Lucy Boynton, Olivia Colman, Penélope Cruz, Willem Dafoe, Judi Dench, Johnny Depp, Josh Gad, Manuel Garcia-Rulfo, Derek Jacobi, Marwan Kenzari, Leslie Odom Jr., Michelle Pfeiffer, Sergei Polunin e Daisy Ridley. Com um elenco deste, dificilmente um filme não seria um sucesso. Mas acontece!
A sutileza da direção de Branagh com seu Hercule Poirot, jogos de câmera que fazem o expectador deduzir as cenas por diversos ângulos, as expressões faciais e de corpo dos personagens, é sem dúvida alguma, um dos maiores pontos desta adaptação. Branagh conseguiu resgatar uma fórmula antiga de direção para filmes de detetives a muito esquecida.
Além disso, o figurino e a direção de arte, complementam um trabalho exemplar. Muitas vezes é apenas o que salva em uma adaptação mal escrita e pessimamente dirigida. Mas aqui não é o caso.

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A atriz Daisy Ridley de Star Wars, está irreconhecível. Com seu cabelo de época, uma pintura forte em seu rosto, além de uma interpretação totalmente diferente do que estamos acostumados em Star Wars, ela é sem dúvida alguma, têm grande talento sua atuação é um dos pontos fortes da trama.
Willem Dafoe é outro que deixa de lado em fazer “monstros” e retorna a uma interpretação que envolve além de corpo, um forte sotaque alemão.
Além disso, pode-se dar os parabéns a produção por expor os preconceitos da época. No filme isso fica muito aberto quando o personagem vivido pelo ator Leslie Odom Jr é “atacado” com palavras “não me misturo a esta raça”. Por sinal, o ator está muito bem dando vida ao Doutor Arbuthnot. No clássico de 1974, o papel pertencia a Sean Connery, que era um coronel.
E sim, existem mudanças em alguns personagens e acontecimentos do livro para o filme. Porém nada disso atrapalha ao desenvolvimento da história e seu grande final.
Assassinato no Expresso do Oriente deixa um gosto de quero mais, que sem dúvida fará os fãs de mistério retornarem ao cinema para pegarem mais detalhes, querer novas aventuras de Hercule Poirot e mais adaptações do gênero!
E deixamos um vídeo de brincadeira com a atriz Daisy Ridley com o elenco do filme, do diretor JJ Abrams e outros atores durante a filmagem do Assassinato, perguntando sobre sua personagem em Star Wars.

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E que subam as cortinas! Até a próxima!!

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