3001, A odisséia final (1997 – Ballantine Books), é o último livro da sequência 2001, 2010 e 2061, de Arthur C. Clarke. Antes de mais nada é preciso falar da forte base científica de Arthur C. Clarke. Clarke estudou Física e Matemática no King’s College de Londres. E sua principal contribuição para ciência foi o conceito de satélite geoestacionário como futura ferramenta para uso nas telecomunicações. Dito isto, ao ler 3001, você deve entender que está lendo extrapolações com forte base científica e não apenas delírios criativos.

Não é fácil falar deste livro sem incorrer em spoilers, mas vamos tentar.

Depois de 1000 anos, Frank Poole, um astronauta, é encontrado e ressuscitado. E é sob a perspectiva de Frank Poole que a história vai se desenrolando. Nesta época a religião, ou o conceito de religião, está extinta. Os seres humanos já saíram da Terra e já estão terraformando outros planetas e luas. Lua, Marte, Europa, Ganimedes, são alguns dos copos celestes os quais já são ocupados pelos humanos. Todas as pessoas são artificialmente carecas (você vai ter que ler o livro para saber o motivo disto). Existem naves tão grandes, como a Golias, cuja função é caçar cometas de gelo e arremessá-los em planetas os quais serão terraformados no futuro. Júpiter não existe mais. Um dos monolitos, os quais estão presentes nos outros livros, transforma o planeta gigante em um novo sol. E adivinhem o nome deste novo sol. Adivinharam? O.K., eu digo, Lúcifer! Esse é o nome do novo sol. Logo no início do livro, Frank Poole, assim como o leitor, fica assombrado com a ideia de que agora existem dois sóis e que o nome deste sol seja Lúcifer.

Pois bem, a história do livro é a adaptação de Frank Poole a esse cenário tremendamente futurista criado por Clarke. Ao longo do livro somos convidados a refletir sobre vários conceitos políticos e filosóficos dos dias de hoje, os quais são mencionados, no livro, como notas de rodapé escritas em algum livro esquecido.

Como não poderia deixar de ser, os monolitos são os elementos que tornam a história ainda mais interessante. Em especial o monolito que está em Europa (lua de Júpiter) e que possui dimensões quilométricas. Nesta última parte da sequência, descobrimos que esse monolito tem planos um tanto sombrios para toda a humanidade. E que Frank Poole tem um papel fundamental no que acontecerá no porvir imediato.

Assim como Asimov, as extrapolações científicas de Clarke soam proféticas e, por conta disso, no final do livro, temos a impressão de estar lendo não uma peça de ficção, mas sim, o que o futuro nos reserva.

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