Um dos romances mais bem-sucedidos do Brasil, A Casa das Sete Mulheres é uma história muito conhecida, seja pela obra de Leticia Wierzchowski, ou pela adaptação em forma de minissérie da Rede Globo em 2003. Em uma nova versão, vinte anos após a publicação original que já virou internacional, a editora Maralto lança uma nova roupagem, desta vez na linguagem dos quadrinhos.
Escrito pela própria Leticia Wierzchowski, a versão ilustrada repete fielmente a trama que descreve os eventos tumultuados da Revolução Farroupilha, um capítulo crucial na história do Brasil. O episódio é mostrado através da visão de sete mulheres – Antônia, Caetana, Rosário, Ana, Perpétua, Manuela e Mariana – que enfrentam uma década de confinamento na Estância da Barra, pertencente à família de Bento Gonçalves da Silva.
A Casa das Sete Mulheres retrata com relevância as consequências e intensidade da guerra na vida dessas destemidas mulheres, que mesmo por trás dos conflitos, foram essenciais para que a luta para conquistar um país livre do autoritarismo imperial fosse bem sucedida. Mesmo não sendo uma das “sete mulheres”, Anita Garibaldi também se destaca, sendo uma peça fundamental na trama com sua força e determinação. Nesse romance, as mulheres são enaltecidas em sua verdade e apresentadas de maneira fiel à época, com sua simplicidade feminina, mas com muita garra e amor.

A obra ilustrada por Verônica Berta trás um frescor para a história, que além de se tornar mais atrativa para um público mais jovem, retrata com riqueza os detalhes as batalhas e as lindas paisagens do país. A versão ilustrada apresenta a mesma essência da obra original, porém com uma nova perspectiva para a história e os personagens. Os diálogos são fiéis e marcantes, além de apresentar conflitos mais intensos e momentos de conexão humana que são retratados com maestria, oferecendo aos leitores uma nova maneira de se envolver com a narrativa.
A Casa das Sete Mulheres é uma obra rica de conhecimento que retrata um importante episódio da história brasileira com o frescor de uma visão feminina. É um trama imortal que merece ser revivida e contada para todas as gerações e por isso, novas roupagens são ótimas opções para manter viva essa riqueza cultural.