Este é mais do que um livro interessante e fascinante. Alguns podem bater os olhos no título e nem ao menos se interessar, principalmente porque Matrix está junto a chamada. Outros irão parar e querer saber mais, pois é Matrix! Bem, não é bem assim.
A hipótese da simulação é um debate mais antigo do que muitos imaginam. Ela já era discutida entre os filósofos antigos da Grécia, entre os Hindus, no Budismo, na própria ciência, ficção e atualmente nos videogames e o metaverso. Sim, ela está em todos esses lugares.
Quantas vezes já se perguntou quando lia um livro, o que os personagens faziam quando o mesmo era fechado ou sua história finalizada? O mesmo com os seus quadrinhos e agora com os jogos? Essas perguntas já foram feitas e até respondidas em livros de fantasia como A História Sem Fim, que ganhou uma adaptação para os cinemas, no próprio filme Matrix, e alguns outros como Free Guy com Ryan Reynolds.
E que tal Jumanji? Exemplos existem a milhares de universos dentro de universos prontos esperando por nós, para que saíssemos de nossa realidade e… ou estamos saindo de um mundo criado para entrar em uma realidade? O nó realmente pode ser feito facilmente ao se pensar na A hipótese da simulação.
Uma das grandes perguntas que o livro trás, é: o que é realidade? Ela pode ser diferente para cada um de nós. Cada indíviduo possui sua noção única de realidade, que até pode ser usado o exemplo de Obi Wan em O Império Contra Ataca: “A verdade é um ponto de vista”. E assim pode-se afirmar, que também é a realidade.
Um dos aspectos que muitos podem ler tranquilamente esta obra, é porque ele é voltado para todos os públicos. Estudantes de filosofia, gamers, programadores, religiosos, seja quem for, irá perceber um pouco de sua área e curiosidades contidos dentro de A hipótese da simulação.
Para as discussões dos últimos meses, um bom uso deste livro é para os entusiastas do Metaverso. Para aqueles que estão interados ou não sobre o assunto, o livro é um bom exemplo do funcionamento e dos questionamentos que o Metaverso trás para todos. E é também uma maneira simples de entender tudo o que envolve este “novo universo”.
A hipótese da simulação é mais do que um livro de cabeceira. É para aqueles que querem entender a sua realidade, como se conectar a ela e mais do que isso tudo, compreender as outras pessoas, sociedades e o universo ao nosso redor. Para aqueles que gostam de Philip K. Dick, aí está uma excelente leitura, pois A hipótese da simulação, assim como PKD, irá alterar profundamente sua maneira de ver e assistir ficção, explorando temas políticos, filosóficos e sociais, autoritarismo, realidades alternativas e estados alterados de consciência.
O livro foi lançado pela Citadel Grupo Editorial.
Sobre o autor
Rizwan Virk é um empresário de sucesso, formado pelo MIT e Stanford, pioneiro de videogames, produtor de fi lmes, investidor e autor best-seller. Os videogames de Riz, incluindo Tap Fish e Penny Dreadful: Demimonde, foram jogados por milhões de pessoas. Atualmente, ele dirige a Play Labs @ MIT, uma incubadora e aceleradora de tecnologias para videogames do Massachusetts Institute of Technology.