O jovem fidalgo Don Diego de la Vega assume a identidade secreta de El Zorro ( a raposa ) para defender o povo explorando pelos soldados espanhóis que dominam a região de San Juan Capistrano, no México. O cavaleiro mascarado enfrenta os homens do Sargento Gonzales e cruza sua espada com o capitão Ramón na disputa pelo coração de bela Lolita Pulido. A marca do Zorro é um clássico da literatura que deu origem a um dos heróis mais famosos de todos os tempos.
Este mês de agosto Zorro completou 100 anos. Sua história é conhecida por todos os cantos do planeta. Mas uma história visual. O livro que deu origem ao personagem, A Marca do Zorro de Johnston Mcculley, infelizmente não é tão conhecido assim.
A história narrada nas linhas de seu livro são muito mais interessantes do que todas as aventuras contadas no cinema ou na televisão.
Johnston Mcculley tem uma escrita rápida e ágil, como seu personagem. Muitas vezes brinca conosco como Zorro. É difícil saber se é Zorro quem escreve e ri de nós ou seu criador. É como se o livro fosse a máscara, enquanto a “pena” que utilizou para escrever, sua espada.
O livro pode ter sido escrito em 1919, ou seja, há exatos 100 anos, mas parece que foi hoje. Seu modo de narrar as aventuras de Zorro e de Dom Diego, além de todos os personagens que fazem parte desta aventura, são muito atuais. Ela não é enfadonha e nem ao menos rebuscada.
De forma alguma. E mesmo já conhecendo toda a história, não ouso soltar uma comparação ou citar algo do livro, pois estragaria com certeza sua experiência.
100 Anos de Zorro | Entrevista com John Gertz (Zorro Productions)
Não tem como – mesmo já conhecendo o universo -, não ficar fascinado com suas aventuras.
Mcculley ainda consegue definir muito bem as sutilizas de quem é Dom Diego e seu alter ego, El Zorro. Seus antagonistas são simples e fáceis de serem decifrados, assim como o objetivo do herói em defender os oprimidos.
E assim deveria ser também no nosso cotidiano. Mas as páginas do livro nos mostram que não é tão simples ser um herói. Se o fosse, ele não precisaria usar uma máscara.
Durante esta jornada relembramos os motivos do que é ser “Cavalheiro”. Que o cavalheirismo morreu dando lugar ao machismo e que a humanidade seguiu por caminhos que a tornaram mais parecidas com quem o herói mascarado luta.
A educação das pessoas parecem morrer durante as décadas que vieram, onde ser gentil virou sinônimo de pessoas que não querem nada com a vida, pois ela deve ser enfrentada com o peito e os punhos.
Este não é o herói traçado por Johnston Mcculley. Ele está além disso tudo e tão perto ao mesmo tempo.
Seus valores são da educação, de como se abrir uma porta para outros passarem primeiro, o respeito pelas pessoas, o cortejo correto e sincero por alguém que se deseja e acima de tudo, que aqueles que oprimem, devem pagar. E que não fazer nada, nos torna tão vilões quanto aqueles que cometem o mal.
A Marca do Zorro é um livro que nos deixa uma Marca de verdade em nossa alma. Sua letra “Z” é cravada em nossos corações ao lembrarmos que mesmo com 100 anos, um herói ainda luta pelo que tanto desejamos nos dias de hoje: a liberdade e a felicidade de se viver.
O livro no Brasil foi lançado pela Panda Books. A edição que recebemos para esta resenha dos 100 anos é bem caprichada. Com uma capa simples e o Z em forma de fogo, já somos mergulhados em uma Califórnia antiga, dos tempos em que ela ainda era pertencente ao México. É como se tivéssemos na frente de uma fogueira e esta labareda saísse para nos contar sua jornada.
O livro ainda possui em seu final uma pequena história de como o livro nasceu e sua trajetória nos cinemas e televisão, além de um contexto histórico de como era a Califórnia durante as aventuras do Zorro, no século XIX.
Esta é sem dúvida alguma uma obra que não pode faltar na coleção dos fãs do herói e daqueles que apreciam uma bela aventura!