Leitores adultos costumam gostar de ver assuntos mais profundos em HQ’s, para isso existe o selo Vertigo, que raramente usa super-poderes em suas tramas. As histórias existentes nesse selo são voltadas para maiores de 18 anos e por isso costumam ter imagens pesadas, violência explicita e vocabulário baixo, mas há vezes que apenas coloca uma premissa focada em assuntos científicos, ou girando em torno de física, como é o caso de D.P.F.
Entretanto, adultos também gostam de se divertir e vez por outra também querem ver super-poderes, sem abrir mão de uma trama mais complexa. Para isso existe A Realeza: Mestres da Guerra, que mistura todos esses elementos.
Ambientada em fatos do mundo real, a HQ se passa no meio dos acontecimentos da segunda guerra mundial. O foco é a família real britânica, que se mantém afastada das batalhas por ordem do rei, até que o Príncipe Henry, cansado de tanto sofrimento, resolve usar seus poderes para ajudar. Sim, a família real possuí poderes! Henry, sua irmã Rose, seu irmão Arthur e sua mãe Sofia possuem dons. Os homens têm um tipo de super força e são indestrutíveis, já as mulheres têm poderes psíquicos.
A trama se desenvolve entre intrigas políticas e táticas de guerra, mas mantendo o devido espaço para explorar relacionamentos familiares, invejas, traições e até mesmo um pouco de incesto. Valores pessoais são questionados a todo o momento nessa interessante obra e a junção desses elementos reais e profundo transformam A Realeza- Mestres da Guerra em uma leitura envolvente e extremamente interessante.
A arte de Simon Coleby complementa esse incrível roteiro apresentado por Rob Willians. Os traços de Coleby são lindos e se mantêm em um tom obscuro, que transmite perfeitamente ao leitor o clima de desespero e horror da guerra.
A Realeza- Mestres da Guerra é uma HQ incrível que agrada facilmente por unir tudo que mais gostamos de ver nos quadrinhos. Com o bônus de explorar o comportamento humano e vário assuntos polêmicos, é uma obra que certamente irá embelezar a estante e proporcionar um pouco mais de cultura ao leitor.