Fico pensando como é que as pessoas decidem de uma hora para outra amar um livro ou uma história a ponto de colocarem a autora e sua obra na lista dos mais vendidos do The New York Times, que é uma das listas mais bem quistas do mundo. E então, quando eu leio a obra que foi inclusa na lista, eu percebo algumas razões de isto ter acontecido.
Estou começando a introdução desta resenha desta forma porque a autora de A Última Camélia, Sarah Jio é uma das autoras que entrou para esta lista e que já permaneceu dela. Comecei lendo As Violetas de Março, Neve na Primavera e O Bangalô e é impressionante o quanto Sarah Jio consegue cativar e prender o leitor com as histórias cheias de amor, de uma linha entre passado e presente e com um ponto de drama fantástico.
A Última Camélia é uma obra que vai trazer um pouco da história sobre as mansões do interior da Inglaterra. Já por isto me faz colocar em um patamar mais alto. Adoro quando uma autora utiliza este tipo de cenário para descrever todo o tipo de experiência. No caso desta obra, você vai ter uma vida inserida entre a botânica e a flora, afinal há realmente uma camélia inserida na história como um contexto secundário.
Começamos a história onde uma camélia rara é procurada por toda a Inglaterra, isto no século XIX. Assim, com o passar do tempo, nos anos 40 chega-se ao ponto de conhecer a vida de Flora, uma americana que para salvar a vida de sua família, decide aceitar uma oportunidade na Inglaterra como babá em uma mansão. Mas na verdade o que ela está prestes a fazer, na verdade, é algo errado e que não tem como voltar atrás.
A família em questão é a Livingston, que a recém perdeu a matriarca de forma misteriosa, mas que deixou os jardins esplendorosos, um caderno com um código secreto e filhos com corações partidos. Não somente isto, mas um segredo paira entre as pessoas na casa, inclusive com a governanta, que parece conhecer sobre tudo e todos.
“ O motorista estacionou com cuidado em frente à mansão, então o carro engasgou, como se o motor se recusasse a chegar mais perto da propriedade. A paisagem quase tirou meu fôlego. A fachada de pedra coberta de hera com cornijas ornamentais e detalhes requintados parecia uma página tirada de um livro de história. Três andares altos com cinco chaminés visíveis, a mansão era muito maior do que eu imaginara, e enquanto eu dava um passo em direção à entrada, meu coração batia acelerado.” Pág. 56
A autora costuma fazer o uso do passado e do presente e é aí que entra Addison e Rex, um casal nos anos de 2000, que está usufruindo de um ótimo casamento, mas que Addison tenta esconder um passado assombrado. E é por um certo motivo que eles resolvem passar as férias na mansão Livingston, que agora pertence à família de Rex.
Aos poucos eles vão descobrindo que alguma história trágica ocorreu naquela mansão, e a mesma governanta ainda vive lá e que cuida os passos de todos. Mas a verdade parece mais aterradora e aos poucos as pistas vão sendo reveladas.
Mais uma bela história da Sarah Jio. Nos outros livros eu via um pouco mais de suspense, mas este também teve sua dose, só que um pouco mais detalhada para um romance, para um pouco menos de drama. O mistério tem início, meio e fim e mesmo que eu esperasse outro tipo de final, me satisfez completamente. A escrita é tão inebriante que eu li a obra bem rapidamente.
“Meus olhos se abriram às duas da manhã. Eu me sentei, quase perdendo o fôlego. No meu sonho vi Sean de novo. Olhei para Rex dormindo tranquilamente ao meu lado. É só um sonho. É só um sonho. Quando fechei os olhos, porém, tudo o que eu conseguia ver era o rosto dele.” Pág. 110
Mais uma vez a Novo Conceito acerta ao publicar a obra de Sarah Jio. E indico a você a ler não somente esta, mas todas as obras que foram publicadas também pela editora. Quem já chegou a ler alguma obra da Lucinda Riley vai perceber um estilo parecido no enredo de Jio. Ambas são perfeitas em descrição de cenário e desenvolvimento de histórias entre a linha de tempo. Uma dose perfeita na literatura.