A raça humana tenta expandir seus territórios, mas se depara com um problema: os planetas habitáveis são poucos e a competição por eles é enorme.
Após anos sem expandir suas fronteiras, a União Colonial toma a controversa decisão de iniciar uma nova colônia, e a tarefa de administrá-la é entregue a dois condecorados heróis de guerra: John Perry e Jane Sagan. Inicialmente, o maior desafio é conciliar os interesses de grupos com origens diversas.
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Entretanto, logo os heróis se veem isolados em um planeta que não é o que parece e descobrem que são apenas peças no tabuleiro de uma disputa que envolve o destino de toda a humanidade.
Na série Guerra do Velho, best-seller do New York Times, o premiado autor John Scalzi traz ao leitor uma história épica de conquista galáctica e exploração interplanetária, com personagens cativantes, intrigas políticas bem construídas e sem nunca perder o bom humor.
Pois bem, muitos detestam continuações, principalmente porque os livros vão perdendo em enredo. As surpresas deixam de existir e os personagens já não são mais tão cativantes assim.
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Só que isto é diferente com os livros da Guerra do Velho. A sua continuação As Brigadas Fantasma consegue ser superior e nos apresentar uma nova dinâmica ao ampliar o universo da FCD.
E agora, John Scalzi vai além e este livro por si só já é superior aos dois primeiros.
A Última Colônia não é apenas um livro de ficção, mas uma verdadeira aula sobre seres humanos. Ele poderia muito bem ser uma aventura dos primeiros colonizadores que ambicionavam chegar nas novas terras e mesmo com tudo pronto, ainda erraram.
Só que no espaço, não existem “espaços” para erros. E Scalzi faz um paralelo crítico e social do quanto estamos dependentes da tecnologia e o quanto tarefas tão simples tornaram-se quase que impossíveis de serem feitas.
Além disso, a relação de Perry e Sagan está mais forte. O primeiro volta a ser um humano mais normal como era na Terra e Sagan está aprendendo a se adaptar a não dividir mais seus pensamentos com outras pessoas e ser uma simples humana. E ainda criarem a filha de um dos maiores traidores da humanidade ou herói dos Obins.
E este é um ponto colocado em Xeque nesta obra, sobre pontos de vistas que não estão errados ou certos em sua totalidade. Pois a necessidade e a urgência da sobrevivência os faz ter que tomarem decisões que com certeza irão ter consequências.
Interessante perceber que em discussões que envolvam da mais simples administração de equipamentos a pessoas, a humanidade sempre irá querer discutir e ter sua opinião como a correta.
A Última Colônia explora isto muito bem com suas diversas histórias interligadas dentro de uma Colônia. Esta narrativa segue por discussões sobre racismo, dependência tecnológica, religião, filosofia, e algo que muitos não percebem nas entrelinhas, mas que é fascinante: entender seus sentimentos.
Este aprendizado sobre os sentimentos acontece com os Obins, que neste livro são mostrados pouco a pouco através de dois personagens interessantes, que estão aprendendo a lidar com as emoções, pela visão de uma adolescente. Eles vão a extremos e a única alternativa muitas vezes é desligar um botão. Um sonho de várias pessoas com algum transtorno que pode ser a depressão entre outras.
A Última Colônia é um dos melhores livros de ficção da atualidade sem dúvida alguma. Pois seu autor consegue transcrever o cenário atual do nosso planeta em uma esfera crítica, algumas vezes até pesada, outras de forma divertida, mas sempre mantendo o leitor como o principal pensador desta história.
O livro já está nas livrarias e saiu pela editora Aleph.