Resumo

Agente Oculto peca em uma narrativa previsível, mas sua história está acima dessa previsibilidade, com uma crítica social forte e um personagem tão bom quanto dos melhores thrillers de espionagem.

Resenha | Agente oculto –  Mark Greaney

Os livros de espionagem militar, nem sempre são um estilo fácil de leitura. Por ter muitos detalhes de ciência política, bastidores, entre outros assuntos, alguns leitores preferem passar longe deste tipo de leitura. Mas existem aqueles que amam este gênero, que acaba por criar fantásticos personagens, como por exemplo Jack Ryan de Tom Clancy.

Outro autor de destaque, é Mark Greaney, com o seu livro que ganhou uma adaptação pela Netflix com Ryan Gosling e Chris Evans, Agente Oculto, da Globo Livros. Este é o primeiro livro da série de Mark Greaney, que é graduado em relações internacionais e ciência política, visitou mais de 55 países e realizou diversos treinamentos militares, nos quais aprendeu a utilizar armas de fogo, procedimentos de medicina bélica e táticas de combate.

Além disso, Mark Greaney também é conhecido como colaborador de Tom Clancy em seus livros finais durante sua vida, e por continuar o personagem de Jack Ryan e o universo de Clancy após a morte do criador em 2013.

Agente Oculto acaba por seguir essa experiência de seu autor ao lado de um dos maiores nomes da literatura de espionagem militar. Seu primeiro livro, tem os mesmos estilos que consagraram Clancy e que fazem de Mark Greaney, um grande nome para dar continuidade a ação e aventura militar, ficção de espionagem com realismo social, incluindo uma quantidade desproporcionada de detalhes técnicos.

Sobre o livro

Court Gentry, mais conhecido como Agente Oculto, é um renomado e temido mercenário que age nas sombras das grandes disputas internacionais entre agências de governo, milícias, conglomerados empresariais e bilionários que regem as vidas das pessoas comuns. Essas guerras acontecem nas sombras, longe das câmeras dos canais de TV e das páginas dos noticiários, e seus principais agentes atuam de forma incógnita, sem nome, sem passado e sem futuro, mas são extremamente bem remunerados para agir de acordo com os interesses de quem lhes oferece mais vantagens ― ou simplesmente garante sua sobrevivência.

Conhecido por nunca falhar, Gentry é o homem de confiança da CIA quando a agência não consegue agir pelos meios usuais. Entretanto, quando Gentry descobre acidentalmente segredos comprometedores que jamais deveriam ser revelados, sua cabeça é colocada a prêmio nos quatro cantos do mundo e ele parte em uma corrida frenética por sua vida e para desmascarar aqueles que podem colocar o destino de milhões de pessoas em risco.

Agente Oculto é um bom livro?

A escrita de Mark Greaney é muito boa. O autor não deixa em nenhum momento a aventura parar. Com uma mistura sólida de aventura e suspense, Greaney consegue situar muito bem o leitor nesta aventura, que acaba por se tornar atemporal, mesmo que ela tenha sido escrita originalmente em 2009, com o título original de The Gray Man.

Mesmo assim, a história se torna previsível e alguns momentos “forçada” para se criar um vilão que tem atitudes desnecessárias como saber onde o personagem está, mas preferir ir até o chefe do Agente Oculto e ameaça-lo. Não existe motivo para algo assim e a partir daí tudo o que o “vilão” acaba por fazer, é simplesmente fácil de saber os acontecimentos.

Mesmo assim, o enredo é muito bom e o personagem criado por Greaney é excelente. Para um primeiro volume ainda falta muito para chegar em personagens como Jack Ryan, mas como já se sabe, ele conseguiu com seus outros livros que chegaram algum tempo depois.

Voltando ao Agente Oculto, o que realmente segura o leitor não é apenas a espionagem ou seu personagem, mas sim toda a crítica social que seu criador faz. No começo tudo parece levar ao mesmo inimigo de sempre: a Al-Qaeda. Mas na sequência, já somos introduzidos em um mundo muito mais sinistro do que apenas a organização terrorista.

Assim como o nosso, as corporações possuem um papel fundamental na econômia de muitos países, principalmente dos mais pobres. Desta forma, Greaney vai até o fundo deste poço para mostrar até onde estas empresas podem ir para conseguir o que desejam, até mesmo matar pessoas.

Pode até parecer uma ficção – e o livro é -, mas são acontecimentos que já aconteceram neste mundo real. É apenas fazer uma pesquisa no Google ou assistir a alguns filmes baseados em histórias reais, para conferir o quanto Agente Oculto consegue trazer para a luz a parte mais sinistra de nossa sociedade.

Agente Oculto é um bom livro, digno dos melhores thrillers. Pode pecar em sua narrativa previsível, mas possui um excelente personagem com uma consciência – mesmo que um assassino -, de só matar aqueles que merecem, como um verdadeiro super-herói.

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Agente Oculto peca em uma narrativa previsível, mas sua história está acima dessa previsibilidade, com uma crítica social forte e um personagem tão bom quanto dos melhores thrillers de espionagem.Resenha | Agente oculto -  Mark Greaney
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