Resenha: Contagem Regressiva- Ken Follett

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Sem dúvidas o maior chamativo nas obras de Ken Follett é a capacidade do autor em se infiltrar em momentos históricos e criar uma trama totalmente convincente por trás dele. Em Contagem Regressiva, ele investe em espionagem e trás como tema principal a corrida espacial.

Na trama, Luke acorda em um banheiro público sem se lembrar de nada, inclusive quem é.  A princípio achando que é um alcoólatra, acaba indo atrás de descobrir sua verdadeira identidade quando uma manchete de jornal, sobre o lançamento de um foguete na Florida, chama sua atenção. Agora ele precisa descobrir seu envolvimento com o caso antes do lançamento, em menos de 24 hrs.

“Estava aterrorizado. O coração batia forte, a respiração saía ofegante e o corpo estava rígido. Era como um pesadelo, só que o despertar não havia trazido nenhum alívio. Sentia que algo pavoroso tinha acontecido, mas não fazia ideia do que podia ser.”

Contagem Regressiva é o livro mais simples do autor, e isso não é necessariamente algo ruim. Conhecido por lidar com vários personagens complexos ao mesmo tempo, e por suas tramas ricas em detalhes históricos, nessa obra ele não se aprofunda tanto. Utilizando a narrativa que vaga entre o passado e o presente, Follett explica o envolvimento de Luke com cada personagem, mas não cria uma complicada história para eles. Da mesma maneira, o autor coloca algumas curiosidades sobre o lançamento do foguete, porém não insere muitas explicações históricas.

A simplicidade da obra funciona, com algumas ressalvas. Por ser mais objetivo, evita alguns momentos mais cansativos no decorrer da narrativa, entretanto, a falta de complexidade atrapalha o envolvimento com os personagens e o suspense demora a engrenar. Gastando um tempo razoável na busca pessoal do protagonista, o livro acaba causando momentos de tensão apenas mais perto do final, onde tudo adquiri um ritmo frenético, como uma verdadeira contagem regressiva chegando ao fim.

Ainda assim, Contagem Regressiva mantém os traços marcantes do autor e consegue entreter, mesmo não sendo a sua melhor obra. É um thriller que explora uma época muito pouco usada na temática, que possui um potencial enorme e consegue agradar mesmo com toda a simplicidade.

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