Resenha | Cordeluna – Élia Barceló

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Há alguma coisa no passado que ficou pendente há mil anos e está querendo voltar. E não é nada agradável.”

Cordeluna é um romance juvenil focado em um amor amaldiçoado por mil anos.  A trama mescla duas histórias, o amor amaldiçoado no passado e as encarnações dos amantes em tempos atuais. O Interessante é que as duas versões são contadas juntas, com os acontecimentos sendo apresentados intercalados por capítulos entre o passado e o presente.

Na idade média, conhecemos Sancho, um jovem dedicado, cavalheiro de El Cid. Sancho se apaixona por Guiomar, uma jovem Condessa e enteada de Brianda, que cultivava certo interesse em Sancho. Quando Brianda descobre o relacionamento amoroso entre Guiomar e Sancho, o casal acaba sofrendo com sua ira.

Paralelamente, nos tempos atuais, somos apresentados a um grupo de teatro que está encenando uma peça sobre a vida de El Cid. Os jovens atores saem em um tipo de treino mais intensivo, onde ficam alguns dias hospedados em um mosteiro. Nesse grupo, entre outros personagens que são importantes no enredo mas não irei mencionar aqui, estão Gloria e Sérgio, que começam a sentir uma ligação amorosa rapidamente. Porém, Sergio teve um ‘momento’ com Bárbara, uma das monitoras do grupo, antes de ir ao mosteiro e agora a mesma tem um grande interesse no garoto.

Dá pra ver como as duas épocas se encaixam? Até mesmo as iniciais dos personagens da idade média são iguais aos do presente. E não para por aí, conforme vamos desenvolvendo na leitura vemos mais semelhanças entre as duas histórias. Achei a escolha da escrita muito boa, vamos conhecendo tudo que aconteceu no passado enquanto vemos as semelhanças no presente. Essa narrativa me agradou muito.

Além da ótima narrativa, Cordeluna acertou na maldição. Nada ali é muito exagerando e nem mesmo muito mistificado. Quase toda a dose de magia fica para a espada, Cordeluna, que é cravada com Pedras da Lua, dando a ela um brilho azul que exerce uma grande influencia em que a usa. Cordeluna é dada à Sancho logo no inicio do livro.

Mesmo acertando nesses pontos, Cordeluna não conseguiu me prender completamente.  Não possui defeitos aparentes na história, mas por ser um romance juvenil, acabou caindo na rotina em alguns momentos, fazendo o ritmo cair um pouco.

A magia do livro não está só na espada, está também nos detalhes. Mesmo que a premissa te agrade, os pequenos detalhes que juntam as duas épocas irão te agradar. Cordeluna pode não ser o melhor livro que irá ler esse ano, mas é uma leitura está mais do que recomendada.

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