Crítica: O Regresso

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Assim como muitos cinéfilos, aguardei ansiosamente pelo lançamento de O Regresso, pela curiosidade em ver o tão comentando filme que tem grandes chances de dar o Oscar ao Leonardo DiCaprio. Quando finalmente assisti a obra, descobri que a mesma não tem apenas o mérito da maravilhosa atuação de DiCaprio, e sim todo um conjunto que a deixa simplesmente incrível.

Baseado no livro homônimo escrito por Michael Punke, O Regresso (The Revenant) mostra o conflito entre índios e um grupo de exploradores que caçam animais para vender suas peles. Hugh Glass (DiCaprio) e seu filho Hawk (Forrest Goodluck) estão ente eles. Após sofrer um brutal ataque de um urso, Glass fica à beira da morte e depende dos cuidados dos seus companheiros para sobreviver, todos fazem seu melhor para cuidar de Glass, mas o ganancioso Fitzgerald (Tom Hardy) não vê sentido em carregar um “peso morto” e o abandona na neve. Glass sobrevive apenas por saber da morte do seu filho e movido pelo desejo de vingança, mesmo extremamente debilitado, luta pela sua sobrevivência para poder encontrar o assassino.

O Regresso é sufocante. O diretor Alejandro G. Iñárritu não economizou na brutalidade, que dita o ritmo da obra desde a primeira cena, com os ataques aos animais e vai aumentando gradativamente após o ataque do urso, que por si só é extremamente brutal. O desespero na atuação de Leonardo DiCaprio, com seu personagem que sobreviveu por um milagre e ficou praticamente em estado vegetativo por um tempo, passa para o telespectador, faltando até mesmo o ar em algumas cenas. Mas não se engane, não é uma questão de sangue e violência, é uma crueldade psicológica.

O Regresso

E quando você pensa que já se acostumou com a agonia em ver Glass sofrendo, ela aumenta, conforme a briga dos índios e exploradores fica mais intensa e casa perfeitamente com as explicações sobre o difícil passado de Fitzgerald. Os estratégicos cortes e closes nas cenas nos deixam tão presos aos acontecimentos que começamos a fazer careta, gemer e prender a respiração quando um personagem consegue um machucado novo.

O sucesso de O Regresso se dá pela perfeita harmonia de todos os elementos do filme. O roteiro entrega a questão filosófica dos índios, complementado pela incrível direção, que se une à perfeita fotografia, que é aprofundada pela linda trilha sonora e as maravilhosas atuações chegam para dar o Fatallity. Por isso, não é de se estranhar que tenha sido indicada para tantas categorias no Oscar, afinal, todas elas foram de extrema importância para a qualidade da obra.

E já que estamos falando do Oscar, vamos matar a curiosidade e falar sobre se a atuação de Leonardo DiCaprio merece o prêmio. Sim, ele nunca mereceu tanto quanto nesse personagem, e não só ele, Tom Hardy faz muito bonito em seu papel, ouso dizer que foi sua melhor atuação até o momento.

The-Revenant

O Regresso estreia dia 04 de fevereiro no cinemas brasileiros.

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