Crítica: O Lobo de Wall Street

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Mais uma obra prima de Martin Scorsese, O Lobo de Wall Street é uma adaptação do livro de memórias de Jordan Belfort.

Com ou sem indicação ao Oscar, O Lobo de Wall Street é um daqueles filmes que todos tem certeza que será bom. Começando pelo fato de ser dirigido por Scorsese, numa temática que o diretor já domina bem, como prova temos aí sua obras primas antecessoras Os Bons Companheiros (1990) e Cassino (1995), longas que, inevitavelmente, O Lobo de Wall Street gerou uma certa comparação.

A trama é focada em Jordan Belfort (Leonardo DiCaprio) e o caminho que o mesmo percorreu para virar um milionário de Wall Street, juntamente com seu sócio, Donnie Azoff (Jonah Hill). Jordan é um ex-corretor da bolsa que conseguiu fazer fortuna enganando investidores nos anos 90 com sua “empresa” corrupta cheia de corretores corruptos.

Enquanto vemos como Jordan conseguiu crescer na vida- e consequentemente se destruir no caminho, com muitas drogas e farras-, vemos as pessoas que influenciaram sua vida. Como por exemplo Mark Hanna (Matthew McConaughey), gerente de Jordan na época em que ainda era corretor que deu todas as dicas de como crescer nesse mundo, e consequentemente virar um grande canalha. Matthew McConaughey merece um destaque nesse papel, que mesmo curto foi muito bem representado, Matthew conseguiu dar uma expressão de loucura e ganância maravilhosa ao personagem.

Não demora muito para Jordan conhecer seu futuro sócio e resolver com ele entrar de cabeça nesse mundo e abrir seu próprio negócio. Jonah Hill entrega uma boa atuação, mostrando ser dar bem em um papel que sai tanto de sua zona de conforto, mesmo sem ter muito destaque.

Jonah Hill
Jonah Hill em O Lobo de Wall Street | Imagem: Paris Filmes

A questão acerca de O Lobo de Wall Street é que Martin Scorsese e o roteirista Terence Winter não tiveram medo de ousar. A produção tem muita cena de nudismo (femininas) e consumo de droga, muito consumo de drogas MESMO. Isso traz uma reação de amor e ódio, ou o espectador ama esse roteiro ousado, ou odeia a exposição de assuntos polêmicos. Independente da opinião pessoal, as cenas conseguem representar e o vazio dos personagens, onde nada mais na vida importa, apenas ter dinheiro e torrar com futilidades.

A dupla também acertou na dose de comédia, o roteiro consegue divertir, mesmo com toda a polêmica empregada nele. Terence Winter não fez a mínima questão de representar Jordan como um criminoso, muito pelo contrário, o personagem é um daqueles que te torna um “cúmplice” , fazendo com que nada do que ele faz pareça realmente muito grave.

Leo
O Lobo de Wall Street | Imagem: Paris Filmes
Lobo
O Lobo de Wall Street | Imagem: Paris Filmes

 

 

 

 

 

Boa parte dessa simpatia fica a cargo de Leonardo DiCaprio,o ator fez um trabalho maravilhoso nesse papel, que se torna carismático. A futilidade que DiCaprio consegue representar, juntamente com cenas de desespero, motivacionais ou paralisias, apenas reforça seu grande talento.

O Lobo de Wall Street é um filme muito bom, que não tem medo de botar o dedo na ferida e mostrar abertamente a vida dos magnatas preocupados apenas em encher cada vez mais os bolsos. É extenso, com cerca de 3 horas de duração, por isso é necessário coragem, entretanto, dificilmente o público irá se arrepender de conferir essa obra.

Veja a ficha técnica e elenco completo de O Lobo de Wall Street 

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