Antes que você comece a ler esta resenha, ressalto que é algo muito pessoal. Afinal, depois de ter lido e relido esse livro é impossível não sair transformado.
Le Petit Prince, conhecido como O Pequeno Príncipe no Brasil, é uma obra do escritor, ilustrador e aviador francês Antoine de Saint-Exupéry, publicada pela primeira vez em 1942 nos Estados Unidos e, três anos mais tarde, na França. A trama conta a história da amizade entre um homem frustrado por ninguém compreender os seus desenhos, com um principezinho que habita um asteroide no espaço. O autor do livro desempenha dois papeis importantíssimos na história, ele é o personagem principal e também é o narrador, contando sobre o dia em que seu avião teria caído no meio do deserto do Saara. Apesar de ser escrito e narrado por um adulto, o livro se dirige ás crianças. A obra se tornou uma leitura obrigatória no mundo todo de tão famosa que é e além disso, foi traduzido para mais de oitenta idiomas. Suas páginas abrigam valiosas lições sobre a solidão, a amizade, o tempo, a vida e a morte, compartilhadas conosco por meio do pequeno habitante do asteroide B 612, O Pequeno Príncipe.
O essencial é invisível aos olhos, e só se pode ver com o coração.
A trama é na verdade um doce poema dedicado a infância. É uma delicada viagem ao planeta que aos poucos abandonamos e passamos a viver em torno de nossas obrigações, vaidades, vícios, e tudo que contém uma “expressão séria e importante” na nossa vida. na É, na verdade, uma ode à infância, uma delicada viagem a esse planeta que aos poucos abandonamos, vivendo em prol das nossas vaidades, vícios, obrigações, números e demais coisas “sérias e importantes”. Deixe-se conquistar pela fábula atemporal de Antoine de Saint-Exupéry e acompanhe o pequeno príncipe em sua jornada rumo ao nosso planeta. Abra bem o seu coração e feche bem os seus olhos… como enfatiza bem o livro, Lembre-se apenas de fechar um pouco os olhos e abrir bem o essencial, por mais de setenta anos, é invisível aos olhos.
A beleza desse livro é justamente a transparência e inocência que ele transmite. A pureza com a qual o menino enxerga as situações é cheia de sabedoria que poucas pessoas possuem. E mesmo sendo algo simples, é profundo e nos fas pensar sobre tudo na ao nosso redor. A trama é leve e tranquila. É instigante e nobre na sua mensagem. Ao logo de sua jornada, o garoto conhece indivíduos que vivem isolados em seus mundos e que não conseguem enxergar nada além de si mesmos. As mesmas pessoas que ele encontrou, presas na própria soberba, na própria vaidade e em diferentes tipos de vícios e ganâncias, nós também conhecemos ao longo das nossas vidas.
Mas o mais importante, esse livro fez com que eu olhasse para mim e me questionasse, em qual quadradinho eu me enfiei? Houve uma época não muito distante que eu era tão criativa e desenhava praticamente qualquer coisa… mas, agora parece que essa habilidade adormeceu… coloquei muitas coisas na frente, tantos trabalhos e outras inumeras coisas pra fazer que eu julgava ou julgo importante e acabei perdendo algumas coisas que antes eram tudo pra mim. E o príncipe faz parecer tão simples pôr em palavras os sentimentos e as coisas essenciais da vida, que nos desperta essa vontade de conseguir fazer igual.
Preciso suportar duas ou três lagartas se quiser conhecer as borboletas.
Me sinto assim em relação a faculdade… às vezes tenho a sensação de ter me perdido, julguei tanta coisa importante e a maioria das coisas que faço, não aprendi nem na faculdade. Mas tudo é questão de perspectiva. Nem tudo na vida vai ser como queremos, sonhamos ou esperamos. Cair faz parte do sucesso. E esse livro nos ajuda a entender nossa jornada com mais sabedoria e esperança de atitudes diferentes, com um pouco mais de gentileza e brilho nos olhos. Um ponto que quero destacar, contudo, é que apesar de o protagonista ser uma criança, Saint-Exupéry era um adulto quando escreveu o livro. Mas ainda assim um adulto capaz de entender a mente de uma criança e ter uma perspectiva diferenciada sobre o Universo. Sua história de vida e sua criação contribuíram muito para isso, mas essa sensibilidade é um dom natural que poucas pessoas têm e que muitas esperam conquistar, como eu.
É neste momento complicado de isolamento social, pandemia de coronavírus, altas taxas de violência contra mulher, crianças, pobres, negros, LGBTs… contra pessoas, sinto que ter relido O Pequeno Príncipe, a obra se encaixa perfeitamente neste momento. Depois de ter a visão endurecida com as coisas da vida, é bom ter algo que me relembre como é enxergar o mundo sob os olhos inocentes de um menino.
O Pequeno Príncipe leva 05 “rosas” de cinco. Espetacular!