Resenha | O Último Duelo – Eric Jager

O Último Duelo é uma obra para se ler e aprender não apenas sobre uma época e seus acontecimentos, mas também para compreender como ainda hoje vivemos da mesma maneira de pensar onde tudo parece terminar com Um Último Duelo.

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O Último Duelo de Eric Jager e lançado pela editora Intrínseca já está nos cinemas por Riddley Scott. O filme tem a presença do ator Matt Damon, Adam Driver, Jodie Comer e Ben Affleck.

Não por acaso ao ler este livro histórico, e não um romance histórico, o leitor irá perceber os motivos pelo qual o Riddley Scott resolveu adaptar esta obra para os cinemas. Eric Jager que também é autor de The Book of the Heart, um estudo sobre a imagem do coração na literatura medieval, sabe como cativar as pessoas com capítulos que são mais do que uma aula sobre um período histórico.

Através de uma narrativa bem fluída e simples, o autor consegue interpretar para os leitores os acontecimentos daqueles tempos que levaram ao chamado O Último Duelo. Jager faz uma verdadeira dissecação do que era o período, seus personagens, sociedade e uma explicação de quem era os cavaleiros naqueles tempos, algo bem diferente do que estamos acostumados com as obras Hollywoodianas.

A história

No século XIV, em plena Guerra dos Cem Anos entre França e Inglaterra, Jean de Carrouges, um cavaleiro normando recém-chegado das batalhas na Escócia, volta para casa e se depara com mais uma ameaça mortal. Sua esposa, Marguerite, acusa o escudeiro Jacques Le Gris — um velho amigo e companheiro de corte do cavaleiro — de estupro. Sem saída após Carrouges fazer um apelo formal, o tribunal decreta a realização de um julgamento por combate, o que também coloca o destino de Marguerite à prova. Se seu marido perder o duelo, ela será sentenciada à morte por falso testemunho.

Enquanto tropas inimigas pilham o país, a loucura ronda a corte francesa, exércitos islâmicos ameaçam o cristianismo e pragas ceifam a vida de muitos, Carrouges e Le Gris se encontram equipados com suas armaduras em um monastério parisiense, alguns dias depois do Natal, em 1386. O que se segue é o último duelo autorizado pelo Parlamento de Paris, uma luta feroz com lanças, espadas e adagas — diante de uma multidão que incluía o próprio rei Carlos VI, entre outros membros da nobreza — que termina com os dois combatentes feridos, mas apenas um fatalmente.

O livro

A cada capítulo de O Último Duelo, Jager traça como um romance quem eram esses personagens reais, desde o nascimento dessas famílias, localização geográfica e uma explicação sobre os conflitos entre a Inglaterra e a França.

Com essa introdução, o autor segue caminho mostrando que os acontecimentos que levarão ao desfecho do duelo, não foram por acaso e muito menos apenas a acusação de Marguerite. Era muito mais do que isso.

Os conflitos sociais e políticos, além do poder das terras estavam também colocadas nesse palco da luta entre Carrouges e Le Gris, assim como – sem dar spoilers – Marguerite, principalmente por ser uma mulher. E assim o leitor deve examinar: se hoje já é dificil para uma mulher fazer uma acusação, imagine em meados de 1386?

Essa dissecação que Jager traz a tona do que parecia ser um simples e último duelo está além de apenas dois homens lutando para saber se Marguerite mentia ou não. É uma verdadeira prova do quanto a humanidade utilizou de forma muito proveitosa, os duelos para provarem seus pontos, onde muitas pessoas que eram inocentes acabaram perdendo tudo e até mesmo suas vidas.

O Último Duelo é uma obra para se ler e aprender não apenas sobre uma época e seus acontecimentos, mas também para compreender como ainda hoje vivemos da mesma maneira de pensar onde tudo parece terminar com Um Último Duelo.

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