Taylor é uma adolescente nos seus dezessete anos que guarda dentro de si algumas mágoas do passado. Não que tenha tido muitas experiências ruins em tão pouco tempo de vida, mas algo que aconteceu há cinco anos atrás durante as férias de verão ainda batem feio em seu coração.
E agora precisa encarar uma situação um pouco mais complicada do que gostaria de verdade. O seu pai, o seu grande amigo está com uma doença terminal e o tempo que os médicos lhe deram é de apenas três meses. E depois de ter passado tanto tempo fugindo de muitas coisas, já que sempre que tinha que encarar algo ela fugia de casa, o desejo de seus pais é de que passem o verão na casa do lago Phoenix junto com seu irmão Warren e sua irmã Gelsey.
“Abri com cuidado a porta do meu quarto para ver se o corredor estava vazio. Quando tive certeza, pendurei a bolsa no ombro, fechei silenciosamente a porta atrás de mim e desci a escada correndo até a cozinha. Eram noze horas da manhã. Dali a três horas partiríamos para o lago – e eu estava fugindo.” Pág. 7
Esta é uma pequena descrição do que acontece no livro Um Verão para Recomeçar de Morgan Matson, que vem com um nome requisitado e bem cotado na área literária sendo autora best-seller.
Olhando pela capa você pode achar que tanto pela imagem quanto pelo título vai parecer algo sobre um romance adolescente, mas ao ler a sinopse dá para perceber que é um drama que vai se desenrolar e ao começar a ler os primeiros capítulos a conotação de algo bem mais grave já dá as caras.
“Ela tinha razão. Eu tinha tentado, mas com um pouco de indiferença. Do mesmo jeito que tinha feito com Henry, e depois havia culpado minha falta de coragem nas circunstâncias que me faziam perder oportunidades potenciais de me redimir.” Pág. 174
Não que não vá haver um romance. Lógico que sim, e isso é a forma interessante como tudo acontece, já que a personagem tem um passado para reaver tanto com um antigo namorado quanto com uma melhor amiga. Mas a questão do namoro acontecia aos doze anos de idade e, o que me deixou mais feliz, foi ver que a narrativa, que vai indo e voltando no tempo para demonstrar as cenas, não é pesada e sim bem coerente. É um namoro puro e inocente.
O fator familiar e a união que se desenrola ao longo dos três meses de verão é uma percepção à parte pelos olhos da autora. É como quando uma família é unida por um convívio normal e quando descobre uma dor lancinante precisa pensar em como ambientar todo o sentimento com tudo o que será enfrentado.
“Olhei para a cama de hospital, que agora parecia ter sempre feito parte da nossa sala de jantar. Meu pai, magro a ponto de parecer esquelético, a pele amarelada e grossa como couro, estava dormindo, sua boca aberta, parecendo tão pequeno naquela imensa cama branca. Sua respiração estava entrecortada e ofegante, e me peguei ouvindo cada inspiração, esperando pela próxima.” Pág.326
É um livro que fala muito sobre amizade, sobre recomeços, amor, perda, mas principalmente sobre como é possível seguir em frente quando se deixa de sentir medo dos fatos e os encara da melhor forma possível. Lindo e bem descrito.