She Hulk Defensora de Heróis 1×03

O terceiro episódio... “Só não vai esquecer sobre quem essa série é”

Não é segredo para ninguém que uma das preocupações do universo Marvel é se expandir para ter a atenção de seu público por mais e mais tempo. Sendo assim, temos um catálogo recheado de filmes e séries que tentam de todas as formas cuspir personagens na cara do telespectador. Contudo, é muito bom ver que um dos objetivos é apresentar personagens mais densos e que fogem um pouco do estereótipo do MCU. E o terceiro episódio de She-Hulk: Defensora de Heróis é um grande acerto em relação aos seus antecessores, pois aposta na vida cotidiana de uma advogada que é catapultada para um universo não só de pessoas comuns, mas de magos, mágicos, alienígenas, cientistas e por aí vai.  

Leia também: SHE-HULK: DEFENSORA DE HERÓIS 1×02

Agora, de fato, a série parece ter decolado. Vemos de forma mais clara a evolução da jornada da heroína advogada que se desconecta dessa visão de que ela veio para mudar o catálogo com sua personalidade forte e o seu desejo de não ser uma heroína. É uma série que tem se esforçado para se conectar com o público de uma outra forma: apostando num estilo sitcom que já foi mencionado na crítica do segundo episódio, mas mais do que isso, ela de fato encontrou a sua identidade e ao lado da talentosa atriz interprete da verdona, Tatiana Maslany, a produção tem grandes chances de ser uma “virada de chave” em como o universo pode prosseguir daqui por diante.

Em She-Hulk: Defensora de Heróis, os episódios 01 e 02 foram os responsáveis por introduzir a nossa heroína/advogada no universo fantástico da Marvel. Aqui, no terceiro episódio, “O Povo Contra Emil Blonsky” mostra que há outras maneiras de ampliar o Universo Marvel e vemos que a duração de aproximadamente 35 minutos mobiliza muitos elementos. O episódio 03 retoma o gancho do seu antecessor e finalmente temos a explicação para a fuga de Abominável (Tim Roth) de sua superprotegida cela para lutar na China e aparecer em Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis. A partir daqui, temos a inclusão de e Wong (Bennedict Wong) e como isso afeta o primeiro caso de Jen Walters no novo emprego. 

She Hulk Defensora de Heróis 1×03 1
Wong e sua participação perfeita em She-Hulk / Reprodução Marvel/Disney Plus

Para provar a inocência de Emil, seu cliente que misteriosamente foi parar na China sem um motivo aparente, ela pede ajuda de Wong após o Abominável ter contado como foi gravado fora da prisão. Logo, o mago dá uma pausa nos seus afazeres para explicar o ocorrido e a explicação é a mais simples possível – o mestre das artes místicas afirma que libertou Blonsky para que pudesse ajudá-lo a treinar para assumir o cargo de Mago Supremo. Bizarro e um tanto surpreendente.

E aqui o desafio é como ligar uma obra a outra sem se perder ou deixar as coisas confusas, além disso, não é algo tão inédito no MCU. E, por isso, é que She-Hulk consegue ser engraçada, pois a produção aposta na velha receita de fazer diversão ao incluir outras culturas, o que culmina em adições surpreendentes que são pouco utilizadas aqui como a participação de Wong que tem um timing perfeito no seu tempo de tela.

A performance de Benedict Wong durante os diálogos e seu depoimento é algo que causa uma certa irritação. Vou explicar… Na sua participação em She-Hulk vemos o quanto ele é engraçado e nos questionamos o motivo de suas performances passadas como no longa de 2016, Doutor Estranho, o seu roteiro que incluía piadas ruins e fora de tom para um personagem tão rico como esse é inaceitável. Claro que isso é mais por conta de um roteiro obsoleto e mal construído que fez com que o longa fosse só mais um dentro de milhares da mesma “qualidade”. Sim, o personagem tem potencial, basta saber como aproveitá-lo. Ponto positivo para She-Hulk.

A cena do julgamento de Emil é uma sequência que deveria ser tensa, mas se torna bem cômica porque o Abominável, que tem a seu favor o fato de que retornou ao cárcere, mesmo quando poderia viver em liberdade no Kamar-Taj ao lado de magos que o protegeriam ganha relevância simplesmente por se tornar alguém que pode viver numa sociedade sem apresentar os perigos de antes. O seu desfecho positivo ao um vilão reabilitado segue o tom do seriado. Não é algo incrível a forma como os fatos são apresentados, mas a comédia é mantida como o DNA da trama mostrando que a produção sabe brincar com seus personagens sem deixar a peteca cair. A junção de talentos como Tatiana Maslany, Tim Roth e Benedict Wong, equipados de um texto que favorece seus personagens, dá uma outra roupagem que ganha mais relevância no julgamento – organicamente, é um dos momentos mais legais do episódio.

Além do julgamento de Emil Blonsky, o terceiro episódio de She-Hulk mostrou um outro julgamento. No caso, o processo que o promotor Dennis Bukowski (Drew Matthews) moveu contra uma elfa metamorfa que lhe enganou, se passando pela cantora Megan Thee Stallion que rendeu um dos momentos mais icônicos de todo o Universo Cinematográfico Marvel. Aliás, o caso em questão não só amplia a participação do elenco de apoio como serve de ponte para outras metas da produção. Para começar, é deixar claro que viver dentro do MCU é difícil e um tanto bizarro, às vezes. Outras produções já mostraram que é complicado estar no meio de batalhas entre heróis e vilões sendo um humano. Mas o desafio agora é como enfrentar as especificidades exóticas que se mostram hilárias para quem já viu de tudo e quase nada no universo Marvel.

She Hulk Defensora de Heróis 1×03 2
Mulher-Hulk rebolando com Megan Thee Stallion / Reprodução Marvel/Disney Plus

Um outro objetivo mais óbvio, mostrando que dá para apostar mais na comédia imprevisível pouco vista nas demais produções. O foco real é em fazer rir e assim a piada fica por conta do personagem Dennis Bukowski que se mete em uma confusão absurda com a adição de Runa (Peg O’Keef), uma elfa da luz transmorfa de Nova Asgard que vive de dar golpes, tendo como vítima mais recente o insuportável promotor que contrata o escritório de Walters para representá-lo, sobrando para Pug o desafio de representá-lo. A questão é que Dennis gastou uma pequena fortuna com a elfa disfarçada de Megan Thee Stallion e, agora, vendo a fraude, quer o dinheiro de volta. A ironia de tudo é que Walters é a sua testemunha e pela antipatia que ela sente por ele é o que acaba dando-lhe a vitória, mesmo assim ele tem o que merece por simplesmente ser o tipo de pessoa que é.

Mas preste atenção em outra coisa aqui. Vemos na série muitas pessoas reclamando sobre o surgimento de mais heroínas e uma bela montagem de videos desses “haters” que mostra como a cutucada metalinguística aos críticos de Mulher-Hulk e de muitas outras produções protagonizadas por mulheres é algo a ser levado adiante quando a decisão de contar a própria história e ser a única e exclusiva dona da sua narrativa é algo que incomoda. É um passo pequeno, mas muito simbólico. Aqui a criadora  Jessica Gao (Rick and Morty) e sua equipe sabem bem onde pisam e se prepararam para enfrentar de tudo.

O ponto negativo é para a inclusão da Gangue da Demolição que foi vomitada na cara do público sem o menor aviso prévio e de uma forma mal feita, ainda que o fim esteja claro: queriam o sangue dela. Mas para que? Por que? Para quem? Será que eles vão retornar no próximo episódio? Faltou uma organicidade aí, e claro, a não adição desses elementos não faria falta. Mas o fator gancho segue presente e para descobrirmos, teremos que continuar assistindo aos episódios lançados às quintas no Disney Plus.

Nota do Thunder Wave
Mesmo com uns escorregões bizarros do final do episódio “The People vs. Emil Blonsky”, sentimos que a produção conseguiu encontrar um equilíbrio entre comédia e ação, sem recorrer às explicações didáticas e ampliando o espaço para que a atriz Tatiana Maslany possa brilhar sendo humana ou super heroína. É muito divertido acompanhar a verdona nas telinhas.

Artigos Relacionados

Comentários

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por Favor insira seu nome aqui

Instagram

Bombando

Mais vistos da semana

Siga Nossas Redes

Tem conteúdo exclusivo por lá
6,825FãsCurtir
2,986SeguidoresSeguir
4,049SeguidoresSeguir

Receba as novidades

Fique por dentro de todas as novidades do site em primeira mão!

Recentes

Conteúdo fresquinho

Thunder Stage

Tudo sobre roteiro
Mesmo com uns escorregões bizarros do final do episódio “The People vs. Emil Blonsky”, sentimos que a produção conseguiu encontrar um equilíbrio entre comédia e ação, sem recorrer às explicações didáticas e ampliando o espaço para que a atriz Tatiana Maslany possa brilhar sendo humana ou super heroína. É muito divertido acompanhar a verdona nas telinhas.She Hulk Defensora de Heróis 1×03
pt_BRPT_BR
Thunder Wave-Filmes, Séries, Quadrinhos, Livros e Games Thunder Wave