Na crítica do episódio quatro, mencionei que o episódio em questão estava fraco… pois bem, chegamos ao quinto capítulo e o resultado é pior do que o seu antecessor. A ideia é interessante, mas a essência da Mulher-Hulk parece ter sido sugada dela e jogada fora.
Em Mean, Green, and Straight Poured Into These Jeans é o primeiro episódio de She-Hulk: Defensora de Heróis que não conta com cenas de ação, demônios, mágica, super força ou presenças ilustres resultando na descaracterização que a direção optou por imprimir nos últimos quatro episódios. Além disso, não tem cena pós-crédito. Mas será que esses artifícios são mesmo importantes?
O quinto episódio de She-Hulk: Defensora de Heróis inicia-se retomando o gancho deixado pelo processo que Titânia moveu contra Jennifer Walters (Tatiana Maslany) pelo uso do nome “Mulher-Hulk”. Para se vingar da advogada que lhe deu uma surra no primeiro episódio, a influencer registrou a marca do nome heroico da jovem e o utilizou para vender produtos de beleza.
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Para resolver a questão, de acordo com as orientações do seu escritório, Jen passa a ser representada por sua colega Mallory Book (Renée Elise Goldsberry) para defendê-la. Até aqui, uma trama simples, porém, a resolução do caso foi um tanto cruel. Assim como no final do quarto episódio, ela acaba sendo “rejeitada” por ser uma humana, no tribunal isso é lembrado várias e várias vezes. A advogada Mallory chama todos os dates fracassados de Jen para depor, e a protagonista é obrigada a reviver não só a vergonha alheia, como a rejeição do pediatra oncologista – novamente, ele diz que ela não é o tipo dele -. É humilhante esse processo. Mas, como Mallory bem a aconselha, ela merece coisa melhor.

E vamos com as falhas, já que sobressaíram mais em relação aos acertos quase inexistentes. A maior dúvida de todas é: QUAL O MOTIVO DE TITÂNIA TER INVADIDO O TRIBUNAL NO EP. 01? Aqui, ela retorna, mas com uma participação que deixou a desejar. A atriz intérprete da vilã “influencer”, Jameela Jamil, poderia ter um arco com um desenvolvimento melhor e mais tempo de tela. Outro detalhe, a vilã aparece como se já fosse um personagem estabelecido como parte do elenco principal, o que não é o caso. Com exceção da breve explicação de que ela é uma influencer de língua afiada com uma linha de produtos de beleza, pouco é esclarecido sobre a Titânia, suas origens, meta, poderes e etc.
É frustrante ver uma série sobre uma personagem forte, mas que a personagem título nem é a dona do próprio show. É legal ver as participações especiais, mas esse hábito de colocar alguém ilustre em todo episódio fez com que a presença da protagonista fosse se apagando na trama. Ela até brincou com isso no episódio três, o que nos faz rir de forma genuína. Porém, ver que sua força realmente cai um pouco devido o não amparo desses elementos é preocupante, pois ela não precisa de muleta para andar. O show é dela e de mais ninguém.
O erro está no tratamento dela. Vemos constantemente que o desenvolvimento da personagem é deixado de lado, como por exemplo nos episódios que temos o Abominável e o Wong. Enquanto o vilão de Hulk teve a sua oportunidade de se retratar e sair da prisão e Wong, de ter até construído uma amizade bacana com Madysinn, She-Hulk não tem sua identidade desenvolvida, não consegue superar seus obstáculos e ainda corre o risco de ser vista como coadjuvante de sua própria série devido a maneira como trabalham a personagem.

Contudo, o episódio entrega algumas cenas “legais” como a interação entre Nikki (Ginger Gonzaga) e Pug (Josh Segarra) que tem como missão achar um “figurino” para a Mulher-Hulk. Meio bobinho, mas rendeu algumas risadas devido às piadas que fez com as roupas customizadas e toda bugiganga relacionada aos Vingadores e o restante do Universo Marvel. Se tivesse fora, não faria falta até mesmo porque a barraquinha de produtos piratas dos Vingadores e o estilista que faz uniformes para heróis, ambos não têm seus arcos desenvolvidos de forma coerente e profunda, fazendo com que a série caia ainda mais na qualidade.
Apesar disso, como dito anteriormente, a relação entre Gonzaga e Segarra consegue proporcionar momentos legais, pois o carisma e a química que ambos exalam juntos é bem genuíno, assim como Jamil, ambos mereciam um material melhor para trabalhar. Em especial, Nikki, que complementa de forma equilibrada o lado reservado de Jen/ Mulher-Hulk.
E como gancho para o próximo episódio, temos um adereço bem conhecido por muitos fãs do Demolidor. São apresentados o figurino amarelo e o novo capacete do herói bem rapidamente no salão do estilista que costurou o uniforme da Mulher-Hulk. Infelizmente, é prêmio de consolação para quem assistiu até o final dos créditos achando que teria um “algo a mais” no episódio.