Strippers | A experiência de um figurante no set de filmagens

Participamos nos bastidores, como figurante e cobertura de dois dias de filmagens do filme Strippers. Confira!

Quem não gostaria de um dia participar das filmagens de alguma série ou filme? Ou até mesmo ser dublador de alguma animação? Seja o que for, este é um sonho comum entre os nerds. Estar ali, presente, apenas vendo seus atores preferidos de alguma forma, é algo de outro mundo.

E se conseguir trabalhar como figurante? Bem, aí já é ficar nas nuvens. E foi isso o que aconteceu nos dias 8 e 9 de abril, quando pude ser figurante do filme Strippers, do roteirista e diretor Juliano Luccas. O filme é uma adaptação da peça de Naum Alves de Sousa publicado originalmente nos anos 90, no Diário de São Paulo.

O roteiro traz um auto de Natal que mistura comédia e drama. A protagonista, Cris, é uma moça humilde vinda para a cidade grande atrás dos seus sonhos, mas esbarra nas dificuldades e se inicia numa carreira de stripper, fazendo números diários no teatro Neon, antigo armazém transformado em um teatro fuleiro, com shows eróticos e que disputa espaço no centro da metrópole com templos evangélicos.

No filme estão os atores Eduardo Silva (Castelo Rá‑Tim‑Bum, O Pai da Rita, entre outros) e Leonardo Miggiorin (Malhação, Cobras e Lagartos, entre outros), juntamente de um elenco feminino que faz as strippers de forma incrível.

Bastidores

Ser figurante não é nada difícil, pelo contrário. É apenas seguir o que te pedem para ser feito. Foi solicitado que levássemos algumas roupas e outras coisas para compor nosso figurino, que na hora foi escolhido pela diretora de arte. Com o roteiro lido (havia sido enviado anteriormente), teste de COVID feito um dia antes, foi apenas conhecer o restante das pessoas e preparar para as filmagens.

Durante as filmagens, a nossa parte de figuração, como dito, foi fácil. Gritar palavras de baixo calão para as atrizes que faziam as strippers, fazer alguns movimentos e darmos risadas junto a todos. As atrizes foram fantásticas neste ponto, por darem liberdade em as xingarmos e o contrário. E no final, após cada ato, pedidos de desculpas, risos e segue-se o roteiro.

Strippers Eduardo Silva Daniela Carrano e Alan Uemura
Momento tietagem com o ator Eduardo Silva, que também foi entrevistado e mostrou-se mais do que um excelente artista.

Os atores Eduardo e Leo, também eram mais do que artistas, sempre disponíveis para conversarem conosco, atenciosos e alegres. Não é fácil a vida deles, pois além de decorar suas falas, ainda precisavam estar dentro do papel, em um local quente, com fumaça para dar o clima e ter que repetir centenas de vezes as mesmas cenas.

Strippers Daniela Carrano e Leonardo Miggiorin
A editora chefe do Thunder Wave que também participou, mas na parte dos bastidores da produção, entrevistando o ator Leonardo Miggiorin

Parece tão fácil quando se vê o produto pronto, mas ao participar de uma filmagem, percebe-se o quanto o trabalho em conjunto e ter empatia por cada pessoa no set é crucial. Em nenhum momento pude ver algo tóxico, abusos e brigas. Pelo contrário.

O diretor Juliano Luccas é um profissional humano, que respeitava o limite de cada um, além de escutar mesmo nós figurinistas de algo que poderia ser feito. Lógico, dentro de nosso limite. A liberdade dada pela direção para atores e produção, foi uma verdadeira aula de como todos deveriam trabalhar não importando sua área.

A parte de luz, câmera, som, maquiagem, figurino, entre outros, tudo corria de uma forma tão tranquila, que nem parecia muitos sets de filmagens que vemos em making-offs de mega produções. Lógico que até pode se dizer que é diferente uma produção de pequeno orçamento para as gigantescas de empresas como a Warner, Disney e até mesmo Globo.

Só que ser uma pessoa humana e respeitar os outros, isso é independente de qualquer produção, da mais pobre a rica. E isto é algo para se levar para frente e respeitar esse profissional.

Com essa liberdade, todo o conjunto pode fazer sua parte de forma tranquila para que nada desse errado. Lógico que atrasos aconteceram, assim como outros problemas. Mas isso é devido ao fator dos problemas que o áudiovisual brasileiro passa.

De qualquer forma, o orçamento pode ser baixo, mas nada disso impediu que estes profissionais fizessem o seu trabalho.

É interessante participar de uma filmagem como figurante, pois não existe toda responsabilidade que está nas costas da produção em geral. Dá para se ver toda a construção da estrutura, dos ensaios, da forma como é filmado, o jogo de câmera, luzes, interpretações, ou seja, é estar presente dentro de um universo completamente diferente daquilo que estamos acostumados.

Aqui no Thunder Wave costumamos analisar todo o conjunto da obra, sempre respeitando o trabalho destas pessoas. Sabemos o quanto é complicado filmar no Brasil com todas as suas limitações. Fazer duras críticas porque um filme ficou com o som ruim, é fácil. Agora saber que a produção não teve orçamento para algo melhor e por quê, isso é obrigação dos veículos e críticos de cinema.

Sabendo dessas limitações, podemos ajudar a melhorar o áudio-visual e foi isso o que pude conferir. Um filme independente, com atores consagrados, um roteirista e diretor premiado, filmando em uma cidade que ainda não possui o necessário mas tenta, que é Atibaia.

Strippers pode não concorrer ao Oscar ou sair em alguns circuitos, mas com certeza estará sempre no coração desse que escreve e daqueles que estiveram envolvidos nestas filmagens. E vale destacar no final, que eram pessoas que precisavam, pois o Covid deixou muitos sem trabalho.

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