AVISO: O artigo a seguir contém spoilers da primeira temporada da série da Netflix e alguns acontecimentos dos livros.
O Continente é um lugar fascinante e completamente único entre os mundos de fantasia criado por Andrzej Sapkowski, e é por isso que mesmo aqueles que estão gostando da adaptação de The Witcher, por todos os seus méritos, ainda podem ter algumas queixas pela série não adaptar fielmente os contos e romances.
A showrunner Lauren S. Hissrich disse ao longo do desenvolvimento que o seriado permaneceria o mais fiel possível aos livros e, de certa forma, isso é verdade, já que o tom está lá, os mesmos temas ainda são proeminentes e bem explorados e as lutas dos personagens foram mais ou menos transpostos para a tela, mesmo que não sejam perfeitamente replicados. Mas pelo menos nas cenas de luta, sempre é possível ‘deixar passar’, pois nem sempre o que acontece em palavras, dá para replicar na tela, ainda mais se o que se aguarda, é que a adaptação seja baseada no mundo “real”. Dito isto, a série The Witcher exige mais do que algumas liberdades de seus roteiristas, que, sem dúvida, resultarão em grandes mudanças na história e nos personagens em geral. Vamos conferir algumas delas aqui.
Vale destacar que fazer uma lista de diferenças entre os livros e a série pode preencher um um único episódio – já que determinados acontecimentos levam a outros que modificam todo o andamento de determinados personagens -, portanto, o artigo será focado nos que definem os aspectos mais cruciais do Continente.
1. A FLORESTA DE BROKILON
Visualmente, essa floresta protegida é tão mágica quanto deveria parecer. Aqui é um dos pontos onde os leitores podem perceber que existem muitas mudanças, desde as dríades aos eventos que se desenrolam dentro da floresta. Na série, é a floresta que chama Ciri depois que a princesa escapou da queda de Cintra e das garras de Nilfgaard. Ela é convidada a ficar junto à rainha das dríades, Eithné, que oferece águas místicas para ajudar a apagar as memórias traumáticas da perda e da guerra. Nada disso funciona e, eventualmente, Mousesack, ou melhor, o Doppler se fazendo passar por Mousesack, chega para levar Ciri de volta.
Este é um grande desvio dos romances. Em A Espada do Destino (Sword of Destiny – 1993), Geralt entra em Brokilon para entregar uma mensagem a Eithné, que domina a região florestal e seus habitantes não humanos. Lá, ele e uma dríade chamada Braenn descobrem uma Ciri de 10 anos, fugindo de um casamento potencialmente arranjado. O significado da floresta decorre do papel que desempenha na história de Geralt e Ciri e de sua importância para a construção do mundo, uma vez que ajuda muito a esclarecer a relação entre humanos e não humanos – incluindo elfos e anões – na região do norte do continente. Ao fazer essas mudanças na história, a série da Netflix torna a Floresta de Brokilon em algo mais do que outro local vagamente mágico. As dríades também se tornam pouco mais do que outra raça misteriosa de pessoas, sendo que tanto a Floresta quanto as Dríadas são muito mais do que isso.
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