Investir em originalidade nunca é demais em uma nova obra. As diferentes narrativas, que fogem do padrão que costumamos ver (e geralmente prever) em diferentes tipos de mídia pode ser a chave para o sucesso de um projeto.

A série Modern Family, que ficou 11 anos no ar sem perder um fã nesse trajeto, é um bom exemplo de uma narrativa totalmente diferenciada que funcionou entre as séries. Trazendo uma quebra da 4ª parede em dobro, com os personagens sendo levados a engraçadas entrevistas que quebraram a narrativa, mas que tinham um bônus no humor por também usarem de expressão corporal para uma nova quebra, a sitcom inovou e agradou.

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A quebra da 4ª parede

Da mesma maneira, House Of Cards foi um sucesso pelo mesmo motivo, explicando através de conversas do protagonista com o público as situações políticas daquele momento. As mais recentes Fleabag também se tornou referência por trazer expressões certeira da atriz com o público.

A moda da quebra da 4ª parede se tornou mais em pauta após o lançamento de Deadpool, que fez sucesso por incluir momentos cômicos usando dessa tática. Entretanto, não é novidade no cinema, O Fabuloso Destino de Amélie Poulain é uma enorme referência desse elemento, assim com Curtindo a Vida Adoidado, que se tornou um “clássico da sessão da tarde” por isso. Muitos longas da década de 90 usavam essa narrativa e se tornaram marcantes por isso.

Pouco conhecido no Brasil, o livro S., de J.J. Abrams e Doug Dorst, é um exemplo maravilhoso de quebra de narrativa literária. Uma verdadeira obra de arte, o exemplar, infelizmente já esgotado no país, trazia um enorme diferencial por conter elementos e pistas em material anexado a ele.

A ação acontece nas páginas (e margens) de um livro antigo, de capa dura, cheio de anotações e sinais de manuseio intitulado O Navio de Teseu, de V. M. Straka, que se encontra dentro da caixa preta e selada de S. Além da trama do romance, o leitor encontra uma outra história que se desenrola nos comentários, escritos com canetas de cores diferentes e a lápis nas laterais das páginas, e numa série de cartas, cartões-postais, recortes de jornal, fotografias e até um mapa desenhado em um guardanapo que foram deixados entre as folhas.

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Conteúdo do Livro S / intrínseca

De acordo com Rafael Peixoto e Newton Cannito, roteiristas e professores da Fábrica de Ideias Cinemáticas, inovar na narrativa é uma boa maneira trazer o espectador ou leitor para dentro da obra. Quebrar os padrões de escrita pode ajudar muito em um mundo onde o conteúdo está cada vez mais acelerado, com um grande número de lançamentos anuais e é preciso se destacar para ser visto nesta disputa.

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