Primeiro suspense nacional da HBO Max, Vale dos Esquecidos apresenta uma trama em que um grupo de jovens se perde durante uma caminhada de fim de semana, e, diante dos riscos encontrados na floresta, eles encontram abrigo em uma vila que não está nos mapas, escondida sob uma névoa eterna. Enquanto tentam descobrir que tipo de forças parecem atraí-los para a cidade, os jovens se encontrarão no meio de um segredo sombrio que permaneceu escondido por mais de um século.
Em coletiva de imprensa, o ator Daniel Rocha, a atriz Caroline Abras e os diretores Fabio Mendonça e Daniel Lieff, falam sobre as curiodades e dificuldades das gravações.
Vale dos Esquecidos, diferente da maioria das séries, nasceu a partir da locação. Fabio Mendonça comenta que “fazia um tempo que a 02 Filmes, por meio da Maria Barata como produtora, e eu, estavamos com vontade de fazer uma série de suspense e mergulhar nesse gênero. Eu pensando, tentando desenvolver ideias, lembrei de Paranapiacaba e aquela atmosfera da cidade, da névoa e das casinhas que parecem mal assombradas, então ela possue uma atmosfera de suspense. Então surgiu a ideia de uma cidade loop, uma cidade que ninguém consegue sair.”
Há pouco suspense no Brasil e por isso algumas referências visuais são importantes. Daniel Rocha diz que “quando entrei na série, muito próximo da preparação, tava lendo com o Fabinho e ele me contando um pouco da série, perguntei que ele já tinha visto Midsommar, foi na época que tinha saído no cinema, cerca de uma semana. Temos muito a ver com esse filme e o mais engraçado é que a série já tava escrita, demora cerca de um ano, um ano e meio de preparação, é uma coincidência muito interessante a série e Midsommar estarem nesse mesmo lugar de mistério, tanto no mercado brasileiro quanto no internacional. O que me ajudou bastante a entender o genêro foi esse filme.”
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Caroline Abras comenta sua visão sobre a série, que é inovadora por “trazer genêro que a gente não explora na produção nacional já é inovação por si só, mas pra nós, técnicos, é inovação porque o genêro interfere diretamente na maneira como vamos criar essa narrativa, então de que maneira vamos captar essa imagem, como será a trilha sonora, a direção de arte, etc. Fomos pesquisar esses detalhes e fomos entendendo, enquanto atores e diretores, que é uma atuação direfente do hiper realismo, que tem esse tempo a menos, não tem a mesma velocidade de uma atuação realista. Acho que inova em todos os sentidos, a ponto de ter que explorar novas maneira de fazer uma série.”
Sobre o processo de criação, Fabio comenta sobre a escrita “o roteiro levanta muitas dúvidas, pensando em referências, Dark, por exemplo, tem isso. Vale dos Esquecidos é uma ideia de fazer o público colar pra descobrir as coisas junto com os personagens. É uma descoberta lado a lado, não temos nosso público adiante dos personagens.”
Já sobre o visual, Daniel Lieff comenta “é uma série conteporânea que acontece em uma cidade que está parada no tempo. Isso é muito forte no visual, os forasteiros estão lá com celulares e tal, mas não tem sinal. Tudo isso contribui para esse clima de estar preso”.

Ana é uma personagem complexa e Carolina comenta que o processo de preparo para ela foi bem peculiar “partindo da ideia de que é uma personagem multifacetada, ela se apresenta como uma guia que vai fazer esse passeio pro final de semana e depois a gente vai entender que ela é filha do Patrono, caçadora, tem uma missão fundamental para a sobrevivência da comunidade. Partindo desse ponto de que ela tem essa identidade dupla, foi muito interessante essas nuances e trocas de intensão com cada personagem na sala de ensaio. Isso foi constuído individualmente com cada ator e deu trabalho, é um elenco grande e cada personagem também tem uma história pregressa complexa que justifica como eles chegaram na vila”. Ela complementa falando sobre o preparo físico “essa série é fisica, corremos pela mata e tal, tinha um preparo de corpo que foi importante para a concepção da personagem.”
Daniel Rocha também compartilha seu preparo para Bento “as coisas eram muito similares comigo e o personagem. Queria fazer algo mais desafiador, foi daí que veio a ideia de criar esse sentimento potente e incontrolável, esse envolvimento que ele tem pela personagem da Carol, uma paixão recente mas que leva o personagem a extremos e não duvida desse amor”.
Trazer para as telas o primeiro suspense nacional da HBO não foi um trabalho fácil. Fabio revela as dificuldades da filmagem “a gente fala que existem algumas dificuldades nas filmagem que são ter bichos, crianças, externas e noturnas. Nessa série tinha tudo isso e ainda tinha maquiagem de efeito, figurinho super elaborado, arte super elaborada, a névoa, as condições climáticas do topo da serra do mar que no mesmo dia faz chuva, sol, névoa e frio. Foi o pacote completo de dificuldades de produção e ainda o tempo de suspense da direção são complexos, a decupagem foi minuciosa. Foi o maior desafio que já fiz”. Daniel completa: “a geografia da cidade, não é à toa que os ingleses a escolheram pra fazer a ferrovia, é como se fosse o funil por onde a umidade toda do litoral evapora e passa. Então tem sempre movimentação de nuvens, realmente chovia, fazia sol, calor. Eu destrui três pares de botas porque a gente caminhava muito e elas abriam o bico. É complicado, como manter uma equipe que tá trabalhando uma carga horária pesada motivada, filmamos quase 100 diárias fazendo muita noturna? Além da dificuldade de bichos selvagens, filmar com frio e chegar em alguns locais.”

O clima da série é bem pesado, mas isso não refletiu no set de gravação. Daniel Rocha conta que “a cidade, além da atmosfera, faz muita névoa, é muito gelada e umida, então tudo colabora pra gente ficar mais triste, mais cansado. Só que foi o contrário, nosso set era a coisa mais divertida que tinha, Daniel Lieff era nosso piadista, era muito divertido gravar. Acho que se não fosse dessa maneira ninguém aguentaria, era um esforço físico e mental muito grande.”
A equipe finaliza com um recado. Fabio Mendonça alerta “espere uma série eletrizante, sensacional, apaixonante. Que por incrível que pareça, mesmo sendo suspense, conta uma história muito humana onde podemos nos conhecer.” Caroline aconselha a esperar “uma série de mistério que fala sobre relações de poder, traumas não resolvidos, tradição, rompimento de estruturas e sobretudo, sobre o oculto.” Daniel Lieff complementa falando que “é uma história de amor também, tem uma história de amor onde temos que torcer por esse casal.” Daniel Rocha finaliza “acima de tudo é uma história que te gruda no sofá.”
Vale dos Esquecidos estreia dia 25 de setembro no HBO Max, com lançamento semanal aos domingos, às 21 hrs.