Primeira série de suspense nacional original HBO Max, produzida em parceria com a 02 Filmes, Vale dos Esquecidos apresenta a atmosfera sobrenatural do fictício Vale Sereno e aposta no mistério para manter uma trama intrigante, mas em seus primeiros episódios exagera nos elementos misteriosos e peca na falta de explicação.
O thriller, de 10 episódios, apresenta uma trama em que um grupo de jovens se perde durante uma caminhada de fim de semana, e, diante dos riscos encontrados na floresta, eles encontram abrigo em uma vila que não está nos mapas, escondida sob uma névoa eterna. Enquanto tentam descobrir que tipo de forças parecem atraí-los para a cidade, os jovens se encontrarão no meio de um segredo sombrio que permaneceu escondido por mais de um século.

Com uma premissa interessante e ainda muito pouco explorada no Brasil, Vale dos Esquecidos citua bem o clima de suspense em seu inicio e consegue agradar, aguçando a curiosidade com a medida certa de tensão ao longo dos acontecimentos em seu episódio piloto. Entretanto, os episódios seguintes não conseguem manter tão bem esse clima, exagerando nos elementos de terror e questões misteriosas colocadas a cada cena, sem explicar nenhuma delas.
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Nos três episódios que foram cedido pela HBO para a crítica, a sensação de empolgação vai diminuindo conforme pouco é resolvido para o espectador e muito é colocado. Usando de três núcleos, a série apresenta Ana (Caroline Abras), uma guia de trilhas que clamente é mais do que afirma e está guiando um grupo para esse local misterioso. Esse primeiro núcleo, formado pelo grupo de aventureiros, leva o espectador a explorar com eles conforme tentam entender onde estão e como irão sair de lá, apresentando cada pista enquanto eles mesmos as encontram.

Já o segundo núcleo é formado pelos incomuns habitantes dessa vila, que no seu melhor estilo vitoriano, são praticamente figuras saidas de filmes de terror e não possuem boas intenções. E o terceiro núcleo é o menos explorado e o que mais incomoda, sendo habitantes da floresta que aparecem para um primeiro ataque e sequestram um dos integrantes do grupo, mas, com excessão de informarem constantemente que estão presos nessa vida estranha e correm perigo, servem apenas para complicar a ‘missão’ do habitantes da vila e possuem muito pouco de sua função aparente durante os acontecimentos.
Ao longo desses três episódios, um pouco do passado de cada um dos personagens desse extenso elenco é apresentado, em fragmentos que se juntam muito lentamente. Algumas cenas e soluções fáceis realmente incomodam durante a execução, como objetos dos quais um personagem se torna praticamente obsessivo sem nenhuma razão aparente e isso serve de gatilho para suas memórias. Outros objetos e cenas que claramente estão ali só pelo terror, sendo usadas de maneira quase repetidas, também estragam um pouco da experiência.

Em um primeiro momento, Vale dos Esquecidos parece uma proposta muito interessante, mas que bebe da fonte dos clichês de terror americanos, com muitos elementos estranhos para ditar o clima, vários momentos confusos para criar uma atmosfera de suspense, porém sem nenhuma resolução ou pista concreta. É possível que as peças comecem a se juntar nos próximos episódios. Enquanto isso, um pequeno sentimento de frustação acompanha a trama conforme muito é colocado e pouco é entendido.
Entretanto, fica a vontade de entender todos os acontecimentos. Para quem ficar com receio de não entender, segundo o próprio criador Fabio Mendonça declarou em coletiva de imprensa, todas as dúvidas são sanadas no final, mesmo com o gancho deixado para a nova temporada.
Vale dos Esquecidos estreia dia 25 de setembro no HBO Max, com lançamento semanal aos domingos, às 21 hrs.