Crítica | A Maldição da Chorona

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Uma das lendas mexicanas mais conhecidas, La Llorona ganha seu espaço no cinema americano com a nova aposta de terror da Warner Bros: A Maldição da Chorona.

Com várias versões da sua lenda, A Chorona é conhecida como uma mulher vestida de noiva que atrai os moradores das pequenas aldeias mexicanas com seu choro. Em sua versão original, o mito diz que era uma mulher casada que misteriosamente perdeu o marido quando seu filho tinha 3 anos. É forçada a criar sozinha a criança até encontrar um lindo fazendeiro, por quem se apaixona, mas que não quer casar com ela por ela ter um filho. Em um momento de loucura, ela mata seu filho no lago para tentar ir à frente com o casamento e quando relata isso ao fazendeiro, recebe a resposta de que ele nunca casaria com alguém que tem coragem de matar seu próprio filho. Quando se dá conta do que fez, ela se arrepende profundamente e passa a chorar no lago onde se deu o caso, eventualmente morre de fome e seu espírito lamentante começa a vagar durante as noites.

Na versão do longa, o roteiro resolve adaptar a versão que diz que Chorona matou seus filhos por vingança ao seu marido traidor e quando se deu conta do que fez em um momento de fúria, se mata e seu espírito vaga atrás de outras crianças para afogar e fazer delas seus novos filhos.

A Maldição de Chorona representa muito bem o conteúdo latino da lenda, escolhendo não americanizar os fatos. Focado em Anna (Linda Cardellini) -uma assistente social que perdeu seu marido e precisa balancear sua vida cuidando de seus filhos e mantendo seu trabalho-, que após trabalhar em um caso assombrado pela Chorona, acaba sendo amaldiçoada e seus filhos perseguidos por ela.

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A Maldição da Chorona | Imagem: Warner Bros.

Em relação à lenda, o longa funciona muito bem. Com um roteiro que respeita diferenças, aproveita para fazer críticas sociais e religiosas e tenta dar uma pequena inovada, o filme consegue entreter e se manter coerente. Entretanto, se perde em seu desfecho. Para explicar os acontecimentos, vários personagens são explorados no inicio da trama, apenas para sumir no terceiro ato e nunca mais serem citados, deixando o final um tanto vazio. Por mais que o roteiro tente inovar, entregando momentos até que bem fundamentados, ainda cai em erros ilógicos comumente vistos em produções dessa temática.

A direção de Michael Chaves parece seguir o modelo de James Wan e acaba caindo em vários clichês de filmes de terror. Jump Scares em excesso, barulhos altos e desnecessários e jogos de câmera que denunciam o próximo são constantemente empregados, atrapalhando a experiência que um suspense muito mais simples poderia fornecer.

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A Maldição da Chorona | Imagem: Warner Bros.

Mesmo caindo em algumas mesmices, A Maldição de Chorona consegue manter um clima de medo e parece ser uma aposta grande da Warner. A empresa dá a entender que pretende dar continuidade ao que foi apresentado, unindo esse filme que parece uma lenda totalmente isolada com o universo de Invocação do Mal, através do Padre Perez (Tony Amendola) que já participou de outras produções dos Warren e referências que mostram que tudo acontece nesse universo.

Introduzindo o curandeiro Rafael (Raymond Cruz), o longa parece deixar espaço para continuações com ele. Carismático e bem encaixado, o personagem se destaca e pode ser uma boa escolha para obras que fogem dos casos dos Warren.

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