Chega ao final a jornada de Ash que começou em Blade Runner 2019: Los Angeles. Após todos os confrontos que a Blade Runner teve no primeiro volume e a saga no Off World, ela está de volta para casa, ou melhor, na Terra.
Com roteiro dos três volumes de Michael Green, indicado ao Oscar por Logan, Blade Runner 2049 e Assassinato no Expresso do Oriente, esta é com certeza uma das melhores obras já feitas em homenagem ao universo criado por Philip K. Dick. Vale destacar que as histórias de Blade Runner 2019 acontecem após os acontecimentos do filme original e Blade Runner 2049, além de termos informações da prequel do segundo filme, Blade Runner Black Out 2022.
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O terceiro volume começa praticamente logo após os acontecimentos do segundo, com Ash já na Terra e em busca do paradeiro de Alexander Selwyn. Durante a nova jornada da ex Blade Runner, os leitores são levados a locais conhecidos dos fãs, como o famoso mega prédio da Tyrell Corporation, agora totalmente destruído após o Black Out ocorrido em 2022. Ash também irá conhecer outros replicantes que irão ajudar ainda mais ela a entender este mundo em que vive.
É interessante ver todo o crescimento da personagem, ainda mais neste volume onde temos um pouco mais da infância da personagem, e vemos como ela ficou fria com o passar dos anos. De uma Blade Runner que caçava “Androides” sem nenhum remorso, agora ela trava um duelo dentro de si contra as pessoas que usam e abusam de seu poder em querer controlar a vida e a morte de todos.
Blade Runner 2019: De Volta para Casa, pode parecer menos denso que os outros dois, mas é o contrário. Após apresentar e situar os fãs e novos leitores de Blade Runner, a Graphic Novel apenas narra o que é necessário para se sobreviver na Terra, onde amigos são únicos e também podem acabar virando uma moeda de troca, pelo valor certo, onde os replicantes acabam sendo um reflexo da humanidade em desejar ser mais do que apenas uma carcaça.
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Não é nada difícil ver um destes replicantes e não ter empatia pelo que passam. É um comparativo simples com o modo de vida em qualquer época pós revolução industrial de nossa sociedade. As pessoas são apenas peças para serem ajustadas ao bel prazer de uma indústria que não liga para elas, apenas para que se comporte conforme seus desejos. São como crianças brincando de serem adultas em um tabuleiro governado por Deuses.
Blade Runner 2019 de forma geral, é uma Graphic Novel para ser lida de uma única vez, analisada e admirada como uma verdadeira obra de arte crítica social. O terceiro volume fecha de forma formidável toda a jornada de Ash, de uma Blade Runner fria a uma mulher que vê a luta de outras e como são verdadeiras ‘bonecas’ nas mãos de industriais, maridos e sociedade.
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