As paredes eram brancas é um livro nacional que nos faz questionar o motivo de não consumirmos tantas obras nacionais. Não é segredo para ninguém que a literatura é pouco apreciada por boa parte do público brasileiro e isso piora quando o assunto envolve a nossa própria literatura. Se já é difícil ser empreendedor no Brasil, imagine para um escritor? A coisa fica feia e, por isso, precisamos valorizar os profissionais que temos em solo nacional. Sendo assim, o post de hoje valoriza um escritor que talvez você, meu caro leitor, não conheça (ainda).

Max Moreno é um escritor brasileiro de ficção e seus livros apresentam tramas que envolvem mistério, suspense e literatura policial numa pegada meio Stranger Things com uma mistura de Stephen King.

Em As paredes eram brancas, somos apresentados a um garoto de 13 anos, David, cujo núcleo familiar é complexo. De repente, algo inesperado acontece… seu pai é assassinado e em pouco tempo, David também perde a mãe de forma misteriosa. Para piorar a situação do garoto, as suspeitas recaem imediatamente sobre ele. A partir desse momento, seu destino é marcado por incertezas.

“O problema não está no que você pensa, e sim no que você faz. Pensamentos não machucam ninguém.” – Max Moreno

Esse livro tem uma narrativa muito interessante, pois ela começa de uma forma e termina de outra e não esperamos tantas reviravoltas. O enredo é cheio de pegadinhas e faz com que a gente fique correndo atrás do próprio ‘rabo’. Além disso, o fato da construção mirabolante da narrativa ser bem imprevisível faz com que o leitor continue querendo ler até descobrir o que realmente está acontecendo na cabecinha de David. Será que ele é surtado mesmo? Você vai ter que ler para saber.

No decorrer da trama, David deixa de ser suspeito e passa a ser acusado de matar os próprios pais. No entanto, ele não vai para a cadeia… ele acaba em um hospital psiquiátrico, daí podemos sugerir conexão com o título e uma personagem intrigante fará essa conexão para o leitor.

Verdade ou imaginação, não conseguimos perceber, pois vamos descobrindo as coisas junto com os personagens. Algo muito legal é que o tema é super diferente e num primeiro momento, analisando a capa pensamos que se trata de um drama que envolve temas delicados como suicídio, depressão ou algo semelhante. Pelo contrario, vemos o personagem no meio de um esquema super bem bolado que mistura características hollywoodianas, de filmes que envolve o governo americano e coisas estranhas começam a acontecer… o garoto está numa espécie de projeto que tem o objetivo de reprogramar mentes humanas.

“Julgamentos são gratuitos, sedutores.”

O ponto positivo da trama é que o autor sabe como vender essa ideia maluca e conspiratória e é muito interessante ver tramas assim com essa linguagem, com referencias brasileiras, com cenários que podemos conhecer e não apenas ficar na imaginação. E tudo isso contribui para que o leitor não desista da obra que por sinal é bem legal.

A obra é bem tranquila de ler, apesar de ter tantas reviravoltas, segredos sendo desvendados, e cada detalhe é bem amarrado num enredo que não deixa muitas pontas soltas. Além disso, todos os personagens são relevantes para a narrativa. No entanto, existem alguns erros na digitação do texto que precisam ser revisados numa futura edição. Outro ponto de atenção fica a respeito do narrador, ele se mete demais na trama e isso pode confundir o leitor que pode achar que quem fala ou observa é apenas o narrador e não o próprio personagem sinais do uso do discurso indireto livre.

As paredes eram brancas pode facilmente virar uma série da Netflix, pois tem esse apelo jovem, essa característica que vemos em séries que envolve casos misteriosos e muitos segredos tudo numa dosagem muito equilibrada entre a verdade e a loucura. O autor soube como brincar com os detalhes da história e fazer algo realmente muito interessante de ler. E é, por isso, que precisamos valorizar os bons escritores nacionais e suas obras.

Resumo
Nota do Thunder Wave
resenha-as-paredes-eram-brancasDo começo ao fim, a obra rende bons momentos de tensão. O ápice da curiosidade é atingido de página em página, pois o autor nos amarra e o fato de não entregar tudo de bandeja faz com que o leitor se renda a sua trama bem pensada. Logo, se está procurando uma trama bem movimentada, As paredes eram brancas é para você, que gosta de um bom suspense.

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