A nova temporada da comédia Auto Posto chega nos serviços de streaming do Comedy Central e Paramount+, no dia 1º de maio. A trama acompanha Nelson, dono de um tradicional posto de gasolina que passa por um momento tenso após a inauguração de um concorrente ultramoderno do outro lado da rua. Será que o Auto Posto vai falir e fechar?

No entanto, o que já estava complicado fica pior. Nesta sequência, vemos que a nova fiscal-chefe Joana gruda em Nelson e que Roberval está perto de ficar livre da cadeia, o dono do posto vê o futuro de seu velho empreendimento cada vez mais ameaçado. Dívidas antigas com os ex-funcionários levam a um processo que tira o posto do controle de Nelson.

O Auto Posto já passou pelas mãos de Bernadete, Batata e Sargento Perez e agora chega às mãos de quem Nelson mais temia, e é batizado de “Auto Posto Amigos do Roberval” e se torna fachada de um cassino clandestino que passa a funcionar no estoque. E por essa sinopse, a série promete divertir.

O roteiro de uma obra brasileira

Com uma primeira temporada divertida e que preparou bem o público, a responsabilidade da segunda é grande. O roteiro ficou por conta da roteirista Gautier Lee que revela ser fã da série e foi um presente pra ela. “Foi a realização de um sonho. E além disso, eu sou muito aficionada por séries de comédia com a linguagem mockumentary como The Office, Modern Family e, a minha favorita atualmente, Abbott Elementary. Escrever uma série com essa linguagem foi uma experiência nova e incrível”, conta.

Com um elenco diverso, é muito interessante ver que por trás das câmeras, a produção segue a mesma linha. Gautier Lee é formada em cinema e especializada em roteiros, a artista queer negra trabalha em produções para os principais streamings do país como Amazon, Netflix, Globoplay e Comedy Central.

Auto Posto é estrelada por Walter Breda e tem participações especiais de Rita Cadillac, Grace Gianoukas, Felipe Torres e Adriano Silva (ambos do grupo Hermes e Renato). Outros nomes compõem o elenco como Neusa Borges, Micheli Machado, Lucas Frizo, Pedro Dix, Lui Vizotto e Lucas Padovan, entre outros.

Para Marcelo Botta, diretor e roteirista, fazer uma segunda temporada é uma grande responsabilidade, pois a primeira era como um papel em branco e agora vemos as consequências dos acontecimentos da temporada anterior. ”Temos a preservação daquele ambiente principal – ninguém vai achar que a série mudou muito ou se descaracterizou – mas fizemos uma expansão do território, com outros cenários, explorando os arredores. Com essa expansão, surgem também novos personagens”, adiantou o diretor Marcelo Botta em coletiva de imprensa realizada na última quarta-feira, 26.

O mais interessante na série é a sua veia brasileira, pois não se trata apenas de uma produção brasileira, mas contempla elementos característicos de sua nacionalidade como brinca o diretor Botta, “todo mundo já teve ou tem um chefe igual ao Nelson”, aquele patrão espaçoso, controlador, teimoso e que nem sempre está disposto a ouvir. A inspiração é bem clara, vem da observação que faz da sua realidade, do mundo em que vive.“Pessoas reais me encantam muito, documentários, reality show e a vida real, algumas coisas que acontecem no Brasil me inspiram muito, mas sem panfletar”, revela Marcelo Botta.

“Eu coloquei a gasolina a sete reais antes de ser modinha”. A frase é dita por Nelson (Walter Breda) logo nos minutos iniciais do primeiro episódio da segunda temporada. A produção brinca com questões que fazem parte do cotidiano do brasileiro como o valor do combustível que esteve com preços bem altos durante o governo anterior. Não é apenas uma satira, mas uma provocação ao público que precisa pensar melhor sobre suas escolhas. 

O intérprete de Nelson, Walter Breda, disse que ficou apaixonado pela história porque se trata de uma trama diferente. “Esse é o grande segredo. Agora na segunda temporada, esse ritmo se intensificou ainda mais, temos uma variedade enorme de situações. É uma qualidade excepcional”, revela o ator.

A produção conta com um elenco diverso e de peso. Na série podemos ver homens e mulheres negros o que faz da obra uma produção mais representativa, pois foca na diversidade de genero, racial, etaria e sexual. A trama consegue cativar o público devido ao roteiro bem pensado, mas ao elenco conseguir transmitir a nossa vivência, situações do cotidiano que nem sempre tem espaço nas telonas. Em “Auto Posto” vemos o retrato da mistura de pessoas como deveria ser comum e normal em muitos espaços como empresa, faculdade, bairro, nas ruas.

Um dos pontos de destaque vai para Suellen, personagem de Micheli Machado, que nesta temporada se divide entre o trabalho como frentista e outro como locutora em uma rádio. Ela demonstra garra, força e dedicação. Mas assim como mostra pessoas que fazem o “corre”, vemos pessoas aproveitadoras como Nelson, ou Roberval (Paulo Tiefenthaler) e a advogada “de porta de cadeia” interpretada por Grace Gianoukas.

A atriz pontuou que “esse trabalho é a cara do Brasil. É isso que a gente precisa. Sempre digo que brasileiro que não consegue assistir coisas que são a cara do Brasil têm medo do espelho. Precisamos nos reconhecer como sociedade, com a cultura brasileira. As analogias que a série faz com o nosso país são o ponto alto. Isso me encantou”.

Embora tenha sido escrita em 2021, o roteiro de Auto Posto sofreu algumas atualizações, pois foi gravada entre o final de 2022 e o começo de 2023. “Busco trazer para a série referências de coisas que aconteceram, como notícias e memes. E fico muito atento ao roteiro no set. Como temos um elenco muito criativo, quando qualquer um deles dá uma ideia, ouço com muita atenção e tento incorporar, o que acaba dando essa ‘vida’ para a série”, contou.

Novos episódios vão ao ar todas as segundas às 21h e serão disponibilizados no dia seguinte no Paramount+

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