Baseado no livro da Intrísenca O Enfermeiro da Noite, que narra a pesquisa de Charles Graeber sobre o psicopata Charles Cullen, estreia na Netflix o longa homônimo que apresenta aos espectadores os crimes do enfermeiro.

Cullen foi um assassino silencioso que matou incontáveis vítimas. Durante 16 anos trabalhando no turno noturno, ele injetou doses altas de remédios em vários pacientes e fez 40 vitímas, das quais confessou. A estimativa total seria cerca de 400. Com problemas de abandono e tendências suidicidas, é um estudo psicológico ambulante e certamente muito intrigante.

Veja também: Dossiê | Charles Cullen- O Letal enfermeiro noturno

O longa O Enfermeiro da Noite vai contra todas as expectativas sobre uma produção que conte com um protagonista tão intrigante, que geralmente apresentam a vida e motivos que os levaram a se tornar serial killers. Mesmo que a trama seja sobre Charles Cullen (Eddie Redmayne), não é ele o astro e sim Amy (Jessica Chastain)e sua corajosa denúncia ao assassino. Colega de trabalho de Cullen, ela desenvolveu uma grande amizade com ele e quando as suspeitas sobre assassinatos de pacientes levaram a desconfiarem dele, foi ela quem trabalhou com a polícia escondida para que levassem o colega a uma condenação.

Crítica | O Enfermeiro da Noite 1
Processo investigativo apresentado em O Enfermeiro da Noite / Imagem: Netflix

A trama já apresenta os dois trabalhando no que seria o último hospital que Cullen atuaria, já saltando para uma investigação paralela aos acontecimentos e deixando de lado todos os ataques anteriores. Em vez disso, a tela é tomada pela doença cardiáca de Amy e seus problemas para criar as filhas enquanto mantém seu emprego em uma profissão com horários exigentes e um tratamento bem caro.

A decisão de mudar totalmente o tom costumeiro dessas obras é no minímo estranha e manter o foco em uma figura feminina parece uma mudança interessante, mas parece incomodar rapidamente. Com a proposta sendo um filme sobre o assassino em série- e não a investigação do caso-, fica um sentimento de vazio por não abordar nada sobre sua vida, seus problemas psicológicos, sua dualiadade na personalidade e principalemente a necessidade de chamar atenção ameaçando tirar sua vida. Estranhamente, o livro do qual o longa é adaptado aborda profundamente tudo isso, usando de relatos do próprio Cullen para mostrar suas motivações.

Veja também: Resenha | O Enfermeiro da Noite- Charles Graeber

Se como uma obra sobre um serial killer complexo O Enfermeiro da Noite decepciona, compensa na qualidade da direção e atuações. Chastain entrega um ótimo serviço com seu drama pessoal, deixando evidente os problemas à sua saúde a cada esforço que precisa realizar. Ao seu lado, com pouquissímas cenas mais exigentes, Redmayne se destaca em cenas que fogem do enfermeiro comum e se torna um chocante psicopata em sequências marcantes e impressionantes. É uma pena que o roteiro de Krysty Wilson-Cairns tenha optado por ignorar esse potencial e dado apenas os momentos finais para esse vislumbre visual.

Crítica | O Enfermeiro da Noite 2
Eddie Redmayne e Jessica Chastain em O Enfermeiro da Noite/ Imagem: Netflix

O Enfermeiro da Noite é uma obra de qualidade, que visualmente e como entretenimento básico funciona bem. Com uma trama rasa, que parece ter medo de mostrar o acontecido da mesma maneira que os hospital tiveram ao omitir os crimes, o longa faz uma crítica interessante às gestões que apenas pensam em suas imagens, mas parece querer ele mesmo ficar em sua zona de conforto.



Resumo
Nota do Thunder Wave
critica-o-enfermeiro-da-noiteO Enfermeiro da Noite é uma obra de qualidade, que visualmente e como entretenimento básico funciona bem. Com uma trama rasa, que parece ter medo de mostrar o acontecido da mesma maneira que os hospital tiveram ao omitir os crimes, o longa faz uma crítica interessante às gestões que apenas pensam em suas imagens, mas parece querer ele mesmo ficar em sua zona de conforto.

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