Estreando em 2016, The Good Place foi uma grata surpresa, usando de comédia para fazer umas das melhores críticas da atualidade. Com seu foco principal sendo a vida-pós morte, de uma maneira nada religiosa, a trama aproveitou para dar inúmeras alfinetadas em crenças irracionais, enquanto fazia piada com questões mais populares atuais.

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Ao longo dos anos, a produção apresentou algumas mudanças, mas sem fugir da premissa original. Com a temporada anterior levando à descoberta de que a humanidade estava basicamente sendo inteira levada ao “Lugar Ruim”, o novo ano explorou uma busca dos cinco personagens a uma solução para entrar no “Lugar Bom”, e de quebra ajudar os humanos a irem para lá também.

Crítica | The Good Place- 4ª temporada 1
The Good Place 4ª temporada | NBC

Com a vizinhança nas mãos do grupo, eles precisam provar a capacidade das pessoas de evoluir e redimir seus atos, tarefa que não é fácil logo de começo e só piora com Shawn (Marc Evan Jackson) tentando sabotar o projeto. As regras do acordo incluem essa possibilidade, com o demônio colocando quatro pessoas para atrapalhar o progresso – que incluem a ex-namorada de Chidi apresentada na temporada anterior.

O romance, que cresceu muito nos dois últimos anos da produção, se encontra ainda mais presente. Com os casais estipulados, sobra apenas para Eleanor (Kristen Bell) e Chidi (William Jackson Harper) encarrarem o enorme desafio de ficarem juntos com os empecilhos colocados por Shawn, que chega a exigir um enorme sacrifício da garota e apenas cresce a apatia do público em relação ao casal.

Crítica | The Good Place- 4ª temporada 2
Eleanor e Chidi passam por desafios nessa nova temporada | NBC

Com a temporada entrando em hiato algumas vezes, parece mais longa do que o habitual, fator que ajuda os fãs a segurarem a tristeza pela produção chegar ao final. Com essas divisões, os capítulos que retornam a série e antecedem o finale parecem mais rápidos e um pouco mais urgentes ao resolver as questões.

Entretanto, o capitulo final merece uma crítica a parte. Toda a pressa é justificada nesse desfecho com o dobro de duração, que se foca exclusivamente na conclusão do quinteto e se torna absurdamente emotivo, fugindo do padrão cômico apresentado ao longo da série e, como o próprio criador alertou, é um verdadeiro soco no estômago. O caminho de redenção traçado até o momento entrega uma gratificante resolução para os acontecimentos, apresentada de uma maneira tão intima e real, que consegue arrancar lágrimas até do mais insensível espectador.

The Good Place conseguiu impressionar a cada final e início de temporada, provando que o roteiro conseguia mudar o foco da trama de cada novo ano sem perder a temática principal. E é assim que a produção se encerra, provando novamente que consegue mudar o tom sem perder a coerência e impressionando com o emocionante e totalmente plausível desfecho, sem perder a chance de entregar inúmeros ensinamentos filosóficos que, com sorte, irão ficar na mente dos fãs por muitos anos.

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