Atualmente estamos vivendo uma situação inesperada. Quem imaginaria que o ano de 2020 seria marcado pelo isolamento e pela falta de comunicação que conhecemos: abraços, beijos, sinais de carinho e ternura… tudo isso teve que sair de cena e o que restou foi a solidão. Aspectos que fazem parte do longa dirigido e estrelado por George Clooney, onde a humanidade decide abandonar a Terra no ano de 2049 em busca de um novo planeta, após apresentar altos níveis de radiação. Uma nova lua em Júpiter cria esperanças para o futuro da humanidade. No entanto, a equipe da astronauta e comandante Sully (Felicity Jones) não consegue entrar em contato com ninguém do planeta Terra.

O Céu da Meia-Noite | Crítica do Filme | CinemAqui
George Clooney é Augustine, um cientista solitário e paciente terminal / Reprodução

Inicialmente, somos apresentados a Augustine (Clooney), um cientista com doença terminal que decide ficar na Terra enquanto a humanidade abandona o planeta devido a radiação que se espalha em altos níveis. Numa estação do Ártico, Augustine permanece acompanhando as atividades de explorações no espaço, na esperança de que alguma equipe de astronautas encontre um novo lar para a humanidade. Durante uma busca por missões em andamento, o cientista rabugento se depara com uma criança deixada para trás e uma equipe que está retornando de Aether trazendo boas notícias da lua de Júpiter. Porém, o que a Comandante Sully (Felicity Jones) e sua equipe não sabem é que a nave não consegue comunicação com a Terra porque o planeta está desabitado.

E a partir daí que a tensão começa e se divide em várias dinâmicas. Enquanto Augustine tenta encontrar formas de se comunicar com os astronautas, precisa cuidar de uma garotinha com quem tem um laço peculiarmente estranho. Além disso, os astronautas lá no espaço enfrentam diversas adversidades durante o retorno para a Terra. É aqui que o filme escorrega. Não inovou nas adversidades enfrentadas pela equipe no espaço sideral, fazendo com que a chuva de meteoros, a expedição para fora da espaçonave, o radar quebrado e etc, se tornem eventos “simplórios”, os quais estamos cansados de ver. Faltou inovar, sair do tradicional e arriscar. Faltou o tempero, a ação.

Dois pontos positivos são: a presença da garotinha que não entendemos logo de início e o clima solitário do arco de Augustine, que passa seus dias revisitando memórias importantes de sua vida. Talvez, a ação depositada no espaço não tenha sido tão assertiva, mas são pontos que não diminuem os pontos positivos do longa.

A fotografia é belíssima. Com tons gelados e vibrantes que ao mesmo tempo vemos no espaço terrestre e no plano espacial, o longa nos apresenta uma explosão de cores e de efeitos bem executados. A trilha sora é perfeita e dá o tom melancólico e profundo da produção. As atuações são impecáveis. Tanto Clooney quanto Jones e sua equipe fizeram boas atuações. Deve ser difícil ser ator e diretor na mesma produção, mas o resultado final foi positivo.

Outro bom aspecto a ressaltar na trama é a escolha de escalar um outro ator para viver o jovem Clooney ao invés de apostar na tecnologia de rejuvenescimento que é legal, mas a combinação vocal entre George Clooney e Ethan Peck é um ponto surpreendente, além da habilidade de demonstrar a falta de gravidade nas cenas de espaço é chamativa. Mas o que cativa e prende o telespectador mesmo é a intensidade real e verdadeira vista na atuação de Clooney que nos proporciona um personagem taciturno, meditativo, solitários, mas com personalidade. Sem as escorregadas anteriormente citadas, O Céu da Meia-Noite é um filme silenciosos, que transparece perfeitamente a sensação de estar sozinho, isolado.

Os picos de tensão vemos no espaço, mas a cena da travessia durante uma tempestade de neve é sublime. É o arco de Augustine tendo o seu ponto mais alto ao lado da pequena Íris enquanto atravessam o Ártico para chegar a um satélite de longa distancia. A tempestade é real e o momento foi bem filmado e retratado. Porém, a cena mais bonita é a mais simples… quando vemos o nosso protagonista brincando com sua acompanhante e um prato de ervilhas.

É no desfecho de sua história que Sully e equipe evidenciam uma conexão com o tema abordado pelo filme, o objetivo tão esperado acontece. A ideia principal que permeia cada atitude dos personagens ao longo do longa, é o que dá sentido de amor, é o que nos faz querer superar barreiras e fazer de tudo para salvar aquilo ou aqueles que amamos. Apesar de evidenciar o fim do mundo tal como conhecemos, Good Morning, Midnight é esperançoso e nem um pouco pessimista, encerrando assim o ano de 2020 com aquilo que precisamos: acreditar que vai dar certo.

Resumo
Nota do Thunder Wave
critica-o-ceu-da-meia-noiteTirando os tropeços da adaptação da obra escrita por Lily Brooks-Dalton, o tom mais encantador de O Céu da Meia-Noite, está na arte, nas atuações e na direção do nosso galã que nesse longa, Clooney está longe de arrebatar corações. O seu personagem rabugento se encontra no limite da saúde e de suas lembranças que são revisitadas no decorrer do filme. São momentos marcantes e emocionantes. É um longa esperançoso no seu melhor tom.

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